A LITERATURA HISPANO-AMERICANA: DIVERG・CIA E CONCORD・CIA

Virgil Suarez

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Em um trabalho autobiogr・ico escrito em 1986, o respeitado romancista chicano americano Rudolfo Anaya observou que "se devo ser um escritor, s・ as vozes ancestrais do ...[meu]... povo que formar・ parte da minha busca, da minha pesquisa".

As vozes ancestrais representam grande parte da literatura hispano-americana atual, uma tradi艫o que remonta a mais de tr・ s・ulos que testemunharam um dram・ico renascimento na ・tima gera艫o. ?medida que a experi・cia hisp・ica nos Estados Unidos continua a confrontar-se com quest・s de identidade, assimila艫o, heran・ cultural e express・ art・tica, as obras dos escritores hispano-americanos s・ lidas com alto grau de interesse e entusiasmo.

De certa forma, a literatura funciona como espelho, como reflex・ da forma como os hispano-americanos s・ vistos pela cultura geral, mas nem sempre pela maioria. Os leitores e os cr・icos tendem a celebrar esta literatura. Ela ?rica, diversa, em constante crescimento, mesclando a hist・ia que a inspira com um sentimento fervoroso de contemporaneidade.

Na sua ess・cia, a explos・ da literatura atual est?sendo moldada em ingl・, pelas pessoas que vivem e trabalham nos Estados Unidos, e n・ em espanhol, como foi o caso dos escritores de gera苺es e s・ulos atr・. Esta ?uma diferen・ chave e um ponto de partida.

?verdade que ainda existem algumas quest・s e problemas muito reais enfrentados pelos escritores hispano-americanos em termos de encontrar divulga艫o e cen・ios para suas obras, como os existentes para outros artistas multiculturais e, para ser justo, os escritores de forma geral. Embora mais obras sejam publicadas todos os anos pelas principais editoras, a maior parte da literatura interessante e atraente vem de editoras pequenas e independentes que dependem de doa苺es universit・ias, privadas e do governo norte-americano para sua estabilidade. As publica苺es e cr・icas liter・ias sempre representaram divulga艫o para as vozes hispano-americanas e algumas das melhores obras originam-se dessas fontes. Cada vez mais, entretanto, com o reconhecimento associado aos pr・ios liter・ios mais prestigiados da na艫o (o Pr・io da Funda艫o Pr?Colombiana, o Pr・io Nacional do Livro e o Pr・io Pulitzer), os escritores hispano-americanos est・ sendo cortejados pelos estabelecimentos editoriais.

Grande parte da aten艫o dos tempos recentes, justificadamente, deve-se ao trabalho pioneiro do movimento de artes chicano do final dos anos 1960 e in・io da d・ada de 1970 e o surgimento de poetas hispano-americanos como Rodolfo Gonzales, Lu・ Alberto Urista ("Alurista") e de outros escritores que registraram a hist・ia s・io-pol・ica do movimento. A campanha foi impulsionada por ativistas de origem como C・ar Ch・ez e Dolores Huerta, que desempenharam pap・s importantes na unifica艫o dos trabalhos dos imigrantes conseguida atrav・ de "huelgas" (greves e boicotes). Como aconteceu invariavelmente ao longo da hist・ia, as quest・s pol・icas paralelas nesse ou naquele pa・, o empenho dos trabalhadores imigrantes e sua luta por reconhecimento foram diretamente refletidos nas artes. Um exemplo fundamental foi a obra de Lu・ Valdez e o Teatro Campesino, seu grupo teatral, que desempenhou papel central na cria艫o de solidariedade e nova consci・cia social. Durante as greves, o Teatro Campesino apresentou-se na carroceria de caminh・s planos, empregando trabalhadores imigrantes em greve como atores; era o teatro para o povo e pelo povo. Uma das suas pe・s, Zoot Suit, inclu・ desde apresenta苺es rudimentares at?oficinas culturais e produ苺es vitoriosas em Los Angeles e em Nova Iorque, transformando-se, em dado momento, em filme.

Ao referir-se ?literatura hispano-americana, as defini苺es s・ importantes. Neste contexto, estamos discutindo a literatura escrita em ingl・ e que se at・ principalmente ?vida nos Estados Unidos. Um antigo cl・sico deste tipo ?exemplificado pela publica艫o em 1959 de "Pocho", de Jos?Antonio Villareal, um romance sobre um jovem cujos pais migraram do M・ico para os Estados Unidos, na Am・ica da era da depress・, para melhorar suas vidas.

A literatura hispano-americana inclui, no seu escopo, escritos de diferentes pa・es e culturas. Villareal representa um dos principais grupos hisp・icos a contribu・em: os mexicano-americanos. Aqui vale uma palavra de defini艫o. Os mexicano-americanos disting・m-se dos chicanos porque os primeiros sentem mais identidade nacional com o M・ico; os chicanos, por outro lado, s・ mais culturalmente ligados com os Estados Unidos e, particularmente, com os nativos americanos. Em grande parte, sua tradi艫o liter・ia deve-se aos "corridos", as baladas populares de meados do s・ulo XIX que relatavam fa・nhas her・cas. Esses "corridos" tamb・ foram os precursores da poesia chicana do s・ulo XX, estabelecendo as bases de uma poesia que mistura o oral e o escrito, a m・ica e a palavra. No "corrido", come・mos a ver a mescla do espanhol com o ingl・, criando assim uma nova linguagem para express・ de uma nova realidade.

Atualmente, os escritores chicano-americanos impressionaram com obras cl・sicas como Bless Me, Ultima (1972), de Rudolfo Anaya, The House on Mango Street (1985), de Sandra Cisneros, The Last of the Menu Girls (1986), de Denise Chavez, And the Earth Did Not Devour Him (1987), de Tomas Rivera, e a poesia de Jimmy Santiago Baca, Loma Dee Cervantes e Leroy V. Quintana. Eles representam a batida do cora艫o da comunidade chicano-americana; o registro vivo e verdadeiro desse povo nos Estados Unidos.

Os portorriquenhos s・ o segundo grupo de maior contribui艫o ao c・one da literatura hispano-americano, com obras como The Line of the Sun (1989), de Judith Ortiz Cofer, Down These Mean Streets (1967), de Piri Thomas, Casualty Report (1991), de Ed Veja, e a poesia de Victor Hernandez Cruz, Miguel Algarin e Sandra Maria Estevez. Elas refletem os ritmos da sua ilha que foram transportados para Nova Iorque, San Francisco e outros centros urbanos norte-americanos.

O pr・imo grupo mais importante a ser representado s・ os cubano-americanos, contribuindo recentemente com as prateleiras das livrarias e curr・ulos de faculdades, com trabalhos como Raining Backwards (1988), de Roberto G. Fernandez, The Greatest Performance (1991), de Elias Miguel Mu・z, Dreaming in Cuban (1992), de Cristina Garcia, The Mambo Kings Play Songs of Love (1989), de Oscar Hijuelos, e a poesia de Gustavo Perez Firmat, Ricardo Pau-Llosa e Carolina Hospital. Sua motiva艫o liter・ia, em sua maioria, est?enraizada na realidade do ex・io.

Os estudantes da literatura hispano-americana e leitores casuais podem obter vis・s novas da diversidade dessa literatura atrav・ de diversas antologias. Essas colet・eas re・em tanto as vozes estabelecidas como as emergentes dentre os principais grupos hispano-americanos dos Estados Unidos, bem como novas vozes emergindo das comunidades dominicanas, colombianas e guatemaltecas, atualmente representadas pela obra de Julia Alvarez, autora de How the Garcia Girls Lost their Accents (1991) e outros romances, e livros como Twilight at the Equator (1997), de Jaime Manrique, The Long Night of the White Chickens (1992), de Francisco Goldman, e Drown (1996), de Junot Diaz. Cada um desses escritores est?trazendo consigo um peda・ da terra natal que muitas vezes n・ ?familiar para o leitor comum.

Perfil:   PERFIL: OS DOIS MUNDOS DE JULIA ALVAREZ

Em Something to Declare, seu livro de 1998 com ensaios pessoais seguindo-se a tr・ romances e tr・ cole苺es de versos, a romancista dominicano-americana Julia Alvarez mencionou a observa艫o do seu colega escritor de fic艫o Robert Stone de que "escrever ?a nossa forma de cuidar da fam・ia humana".

Ao que ele acrescentou, "?atrav・ da literatura que eu me dou a uma fam・ia muito maior que o meu pr・rio sangue".

As sondagens de relacionamento que impulsionaram Alvarez ao primeiro escal・ da gera艫o atual de escritores hispano-americanos s・ muito relacionadas com "la familia" e t・ sido uma hist・ia intrigante.

Alvarez, filha de pais dominicanos nascida em Nova Iorque em 1950, escreve livros cujas cenas e sensibilidades s・ muito relacionadas ?sua pr・ria hist・ia. No seu caso, as liga苺es com os Estados Unidos foram profundas: seus tios cursaram universidades de prest・io dos Estados Unidos e seu av?foi adido cultural dominicano nas Na苺es Unidas. Ela e suas tr・ irm・ cresceram na Rep・lica Dominicana em ambiente familiar, rodeadas de primos e outros parentes. Mas seu pai envolveu-se em um golpe contra o ditador da ilha, Rafael Trujillo e, com dez anos de idade, sua exist・cia foi violentamente deslocada quando, em seguida ?informa艫o de que a pris・ era iminente, a fam・ia foi instada a deixar rapidamente o pa・ para os Estados Unidos. E assim come・u sua vida n・ade, que a levou de casa para o internato, dali para a faculdade e de l?para resid・cias de poetas e fun苺es acad・icas e universit・ias em diversos locais. Ela publicou sua primeira colet・ea po・ica, Homecomings, em 1984.

Durante a segunda metade da d・ada, ela come・u a escrever contos, 15 dos quais foram reunidos em tr・ se苺es sim・ricas para formar um romance, How the Garcia Girls Lost their Accents (1991), contado em ordem cronol・ica reversa. Uma an・ise de uma fam・ia dominicana diferente daquela da autora, que necessita ajustar-se ?vida norte-americana, delineou o que um cr・ico denominou "a chegada precoce da idade adulta das protagonistas como latinas nos Estados Unidos e gringas em S・ Domingos". Para Donna Rifkind, no The New York Times Book Review, Alvarez havia "capturado de forma bela a experi・cia inicial do novo imigrante, em que o passado ainda n・ ?hist・ia e o futuro permanece ansiosamente um sonho".

O estado de conflito em que a autora se encontrou entre dois panoramas (seu lado norte-americano e sua heran・ dominicana) veio ?tona inovado em seu segundo romance, In the Time of the Butterflies (1994), um romance mais duro com muito mais implica苺es pol・icas que o primeiro, inspirado em tr・ irm・ que foram mortas em 1960 pelas suas atividades subversivas contra o regime de Trujillo. Alvarez incluiu uma vers・ pouco oculta pr・ria no enredo como a escritora que, em busca de informa苺es, visita o lar familiar das mulheres (agora um santu・io mantido por uma quarta irm?que, por acaso, escapou de ser morta). Inserindo-se como "la gringa norteamericana", segundo o cr・ico Ilan Stavins em The Nation, ela novamente uniu o novo e o antigo.

Yo! (que significa "Eu!"), que revisita a fam・ia Garcia do seu primeiro livro, foi publicado em 1996 e ?uma hist・ia muito mais violenta, ainda que seguindo o tema central da obra de Alvarez, a dupla exist・cia e as experi・cias de conflitos. Centralizado em Yolanda, ou Yo, a terceira irm? uma romancista publicada que transformou seus parentes em personagens, Alvarez permitiu descaradamente que diversos amigos e membros da fam・ia oferecessem seus pontos de vista sobre Yo, desde a inf・cia at?a sua nova fama, proporcionando ?pr・ria autora a oportunidade de tecer considera苺es sobre a arte criativa e o artista.

Alvarez, que est?na faculdade de ingl・ de Middlebury, em Vermont, desde 1988, sempre permitiu que os leitores entrassem no seu cora艫o e na sua mente, mas nunca a tal ponto como na sua mais recente colet・ea de n・-fic艫o. Ela descreve as circunst・cias da sua emigra艫o e as tens・s que a rodearam, a vida familiar nos Estados Unidos e o seu amadurecimento, o florescimento da sua carreira liter・ia, os prazeres do ensino e a arte da literatura criativa.

Como escritora habitante de duas culturas, e ciente de que o centro das aten苺es agora, mais do que nunca, ?a literatura multicultural, ela explica, em nome dos seus companheiros escritores hisp・icos e, justificadamente, de escritores de muitas origens, que "desejamos que nossas obras fa・m parte do grande corpo de tudo o que se pensou, sentiu e escreveu por escritores de diferentes culturas, idiomas, experi・cias, classes e ra・s".

-- M.J.B.      

Com essa diversidade impressionante de vozes, vem uma advert・cia. Os professores, editores e leitores necessitam, mais do que nunca, ser sens・eis ・ quest・s de parcialidade entre as linhas nacionais, o que ?simplesmente natural, j?que o agrupamento dessas culturas distintas e separadas sob uma denomina艫o, hispano-americanas, pode parecer for・da. Pode-se ainda argumentar que a reuni・ de todas essas culturas sob uma denomina艫o pode ser compar・el ?tens・ de compartilhar uma refei艫o com parentes distantes; existe uma hist・ia e experi・cia separada, ainda que haja uma liga艫o de reconhecimento e camaradagem familiar.

O ponto central de unidade entre os escritores hispano-americanos ?o idioma. Embora eles possam falar com diferentes sotaques e utilizar diferentes express・s, todos eles compartilham a experi・cia bil・g・. A capacidade de comunicar-se em dois idiomas e, mais importante, de pensar e sentir em dois idiomas, ・ vezes traz com ela o fen・eno da incapacidade de expressar-se por completo em apenas um. Os ling・stas chamam-na de "interfer・cia" e geralmente a consideram um fator negativo ou limitador. Ainda assim, os escritores hispano-americanos e os leitores da literatura hispano-americana consideram que a mescla dos dois idiomas ?um meio eficaz de comunicar o que n・ poderia ser expresso de outra forma. Assim, muitos escritores hispano-americanos utilizam espanhol nas suas obras por ser parte integrante da sua experi・cia.

De fato, muitos escritores hispano-americanos acreditam que, nas vidas dos seus personagens, o espanhol n・ ?um idioma "estrangeiro", mas sim parte vital da fala di・ia e, como tal, n・ deve ser destacado com o uso de it・icos. Desta forma, eles enfatizam a import・cia do espanhol. Assim, muitos dos escritores se expressam em ingl・ (o idioma da maioria, independentemente do que isso possa significar), mas resistem ?destrui艫o da sua cultura e assim preservam sua identidade, utilizando express・s, pontos de refer・cia e experi・cias hispano-americanas. Espera-se que isso ser?aceito n・ como "ex・ico", mas sim como parte da maioria redefinida na arte. Novamente, esta ?uma clara distin艫o entre a literatura hispano-americana e a literatura latino-americana, que existe somente em espanhol e ?traduzida para os Estados Unidos, escrita por escritores que n・ vivem, nem trabalham neste pa・.

Um segundo aspecto compartilhado por todas as culturas hispano-americanas ?a necessidade de sobreviv・cia cultural. Esta ?uma quest・ controversa entre os hispano-americanos, especialmente os escritores de literatura, j?que ela lida com a quest・ da assimila艫o. Quanto da sua cultura dever・ os hispano-americanos estar dispostos a perder ou suprimir para participarem da sociedade majorit・ia? As respostas a esta quest・ importante variam, embora seja uma quest・ abordada por todos os escritores hispano-americanos, seja diretamente ou de formas mais discretas. Existem mundos de diferen・, por exemplo, entre um romance como Bless Me, Ultima, de Rudolfo Anaya, e The House on Mango Street, de Sandra Cisneros. Bless Me, Ultima possui como ponto central a liga艫o eterna com a terra e a natureza e uma aura que reflete uma heran・ espiritual tradicional. O ciclo hist・ico de Cisneros ?mais urbano e pragm・ico, contempor・eo e assimilado em sua posi艫o no g・ero. Mas existe a beleza de tantas vozes que enriquecem o c・one.

As diferen・s, que podem ser significativas, ・ vezes podem n・ ser t・ ・vias para um p・lico leitor geral nos Estados Unidos e em outros locais. Tocamos a tradi艫o rural dos camponeses ou "campesinos", os fortes la・s com a terra, com que os escritos dos mexicano-americanos s・ entrela・dos. Os portorriquenhos, dominicanos e cubano-americanos, por serem ilh・s, possuem fortes la・s com a ・ua, o que se reflete nos escritos dos poetas dessas heran・s, como Firmat e Cofer. A vida urbana nos Estados Unidos fez gerar uma nova tradi艫o na literatura hispano-americana, o interior das cidades. Enquanto para os mexicano-americanos, o "barrio" prov・el est?na Calif・nia, no sudoeste dos Estados Unidos ou em Chicago, para os portorriquenhos o "barrio" ?Nova Iorque, o que ?principalmente evidente na obra de Thomas e Veja. Os cubano-americanos est・ preocupados com os dilemas e frustra苺es do ex・io pol・ico. Seus personagens muitas vezes sentem saudades e sensa艫o de perda de uma terra natal a que n・ podem retornar. Isto ?mais ・vio na literatura nost・gica passada na Cuba id・ica do passado, bem como nos especuladores da Cuba do futuro, como nos romances de Roberto G. Fernandez e Cristina Garcia.

At?certo grau, as diferen・s de religi・ se introduzem na literatura, desde o catolicismo singular de v・ios pa・es latino-americanos at?a influ・cia das divindades africanas em Cuba, Rep・lica Dominicana e Porto Rico. A romancista chicano-americana Ana Castillo, em So Far From God (1993), apresenta uma perspectiva cat・ica que n・ perde de vista o sistema de cren・ dos ・dios nativos. Atrav・ da mesma ferramenta, os poetas cubano-americanos Adrian Castro e Sandra Castillo discutem as divindades em sua poesia.

Como vimos, a experi・cia hispano-americana possui muitos pontos de diverg・cia da maioria, e conseq・ntemente a literatura. Entretanto, existem experi・cias comuns que todos n・ compartilhamos como seres humanos, experi・cias que transcendem culturas e encontram express・s na arte, tornando-a eterna e universal. A chegada da idade, os relacionamentos familiares tradicionais, a assimila艫o e a busca do sonho americano est・ entre os temas repetidamente explorados. Com a perspectiva espec・ica trazida pelos escritores hispano-americanos ao seu trabalho, ele tem uma qualidade exclusiva que hoje, cada vez mais, vem atingindo quantidade apreci・el de leitores nos Estados Unidos.

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Virgil Suarez ?um romancista cubano-americano e professor de ingl・ na Universidade Estadual da Fl・ida em Tallahassee. Ele ?o autor de quatro romances, incluindo Latin Jazz e Going Under e editou Little Havana Blues, uma antologia de literatura hispano-americana. Este artigo ?uma adapta艫o e expans・ de um verbete do professor Suarez publicado na Enciclop・ia de Literatura Norte-Americana (Continuum Publishing Company, 1999).


OUTROS ESCRITORES HISPANO-AMERICANOS


Rudolfo Anaya

Rudolfo Anaya, natural do Novo M・ico, onde nasceu em 1937, ?considerado um dos primeiros escritores chicano-americanos. Ele ?mais conhecido por uma trilogia de romances publicados durante a d・ada de 1970: Bless Me, Ultima" 1972), que recebeu o prestigioso pr・io nacional de literatura chicana Pr・io Quinto Sol; Heart of Aztlan (1976); e Tortuga (1979). Todas as tr・ obras abordam o crescimento como hispano-americano na sociedade norte-americana.

Diversas das obras de Anaya s・ sobre a f?e a perda da f? Sua literatura ?rica em simbolismos, poesia e espiritualismo, ?medida que ele explora o mist・io da vida e sua heran・ cultural. Seus romances incluem The Legend of La Llorona (1984); Lord of the Dawn (1987); e Albuquerque (1992), pelo qual ele recebeu o Pr・io de Fic艫o PEN-West; Zia Sammer e Jalamanta (1995); e Rio Grande Fall (1996).

Sua obra mais recente ?My Land Sings: Stories from the Rio Grande (1999). Al・ dos seus romances e contos, Anaya escreveu pe・s teatrais, poemas, livros infantis e obras de n・-fic艫o. Ele atualmente ?professor de ingl・ na Universidade do Novo M・ico.



Ana (Hernandez del) Castillo

Ana (Hernandez del) Castillo, respeitada poetisa, romancista e ensa・ta chicana, foi denominada uma das vozes mais originais da literatura feminista norte-americana chicana e contempor・ea. Sua obra examina freq・ntemente como o sexo e a sexualidade interagem com o racismo e os conflitos culturais.

Seu primeiro romance, The Mixquiahuala Letters (1986), ganhador do Pr・io do Livro Norte-Americano, explora o papel em muta艫o das mulheres hisp・icas nos Estados Unidos e no M・ico durante as d・adas de 1970 e 1980. So Far From God (1993), seu romance mais popular, dedica-se ・ vidas e relacionamentos complexos das mulheres latinas. As colet・eas po・icas de Castillo, Women are not Roses (1984) e My Father was a Toltec (1988), exploram as vidas e os pap・s das mulheres latinas na comunidade hisp・ica.

Massacre of the Dreamers: Essays on Xicanisma (1994) examina a situa艫o das mulheres de cor nos Estados Unidos. Ao longo dos anos, Castillo ampliou seu trabalho para incluir apresenta苺es musicais.



Sandra Cisneros

A escritora mexicano-americana de fic艫o SANDRA CISNEROS deu in・io a uma controv・sia cultural em 1997, ao pintar sua casa hist・ica em San Antonio, no Texas, de p・pura, violando o c・igo de preserva艫o hist・ica da cidade, ao reivindicar que a cor brilhante era parte importante da sua heran・ mexicana.

O incidente reflete sua obra mais conhecida e ganhadora do Pr・io Nacional do Livro, The House on Mango Street (1984), em que ela escreve: "um dia terei minha pr・ria casa, mas n・ esquecerei quem sou nem de onde vim". Cisneros, nascida em Chicago em 1954, exp・ amplamente suas experi・cias da inf・cia e sua heran・ ・nica na sua literatura, abordando a pobreza, a supress・ cultural, a auto-identidade e os pap・s sexuais na sua fic艫o e poesia. Embora ela seja conhecida principalmente por Mango Street e Woman Hollering

Creek and Other Stories (1991), sua poesia, que inclui Bad Boys (1980), My Wicked, Wicked Ways (1987) e Loose Woman (1994) tamb・ recebeu consider・el aten艫o.



Cristina Garcia

CRISTINA GARCIA nasceu em Havana (Cuba) em 1958 e fugiu do regime de Castro para Nova Iorque com sua fam・ia quando ela tinha dois anos de idade. Em 1990, ela deixou seu emprego como rep・ter e correspondente da revista Time para explorar as quest・s da sua heran・ cubana e sua inf・cia na fic艫o. Ela escreveu dois livros aclamados pela cr・ica, abordando o que significa ser cubano-americano.

O primeiro, Dreaming in Cuban (1992), aborda tr・ gera苺es de mulheres cubanas com rela苺es maternas, cada qual vivendo sua vida de forma diferente como resultado da revolu艫o cubana. The San Francisco Chronicle chamou-o de "evocativo e vi・so... uma narrativa rica e inesquec・el". Seu segundo livro, The Aguero Sisters (1997), apresenta dois irm・s de meia idade (um ?eletricista em Havana e o outro, vendedor em Nova Iorque). Este tamb・ recebeu cr・icas entusiasmadas e valeu ao autor novos e cada vez mais devotados leitores.

Como disse um cr・ico, Garcia "abriu um portal para Cuba, por onde os leitores podem entrar em um mundo de hist・ia, cultura, amor, saudades e perda".



Oscar Hijuelos

O romancista premiado OSCAR HIJUELOS, nascido em 1951 em Nova Iorque, conclama sua heran・ cubano-americana ao escrever obras de fic艫o que lhe valeram a aclama艫o tanto dos cr・icos como do p・lico.

Seu primeiro romance, Our House in the Last World (1983), relata as dificuldades de uma fam・ia cubano-americana ajustando-se ?vida nos Estados Unidos durante a d・ada de 1940. O romance vencedor do Pr・io Pulitzer, The Mambo Kings Play Songs of Love (1989), deslocou-o para o primeiro escal・ de romancistas norte-americanos ao retratar dois irm・s que deixam sua Cuba natal e buscam a sorte como cantores em Nova Iorque no in・io dos anos 1950, no limiar da era da televis・, quando explode a moda da m・ica latina.

O romance de Hijuelos de 1993, The Fourteen Sisters of Emilio Montez O'Brien, toma um novo curso, abordando as mulheres de uma fam・ia cubano-irlandesa que vive na Pensilv・ia. A heran・ cultural do autor foi apenas um tema de menor import・cia em Mr. Ives' Christmas (1995), um conto suave de uma crian・ abandonada, que foi bem recebido pelo Philadelphia Inquirer como "um romance de afirma艫o da vida, digno sucessor de Dickens".

Entretanto, seu romance mais recente, Empress of the Splendid Season (1999), retorna ・ ra・es ao contar a hist・ia de um humilde cubano-americano desde a d・ada de 1940 at?o presente. Hijuelos ?mais conhecido pelos not・eis contrastes desenhados entre a vida cubana e a norte-americana, por suas ricas descri苺es da vida di・ia em Cuba e por sua capacidade de incorporar elementos de realismo m・ico em seus romances.


-- S. D.       

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