OS PROGRAMAS DE ENVOLVIMENTO EM TEMPO DE PAZ EM MALAWI
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Malawi, pa¡¦ localizado no sul da ¡¦rica, "est?utilizando uma s¡¦ie de programas militares oferecidos pelos Estados Unidos para fortalecer sua jovem democracia e para aperfei¡¦ar a capacidade profissional do seu ex¡¦cito", diz Vicki Adair, Assessora de Relações P¡¦licas na Embaixada dos Estados Unidos em Lilongwe. "Os programas variam desde o treinamento militar tradicional at?o fortalecimento das miss¡¦s de manutenção de paz e a melhoria das relações com os meios de comunicação." As atividades de envolvimento militar em tempo de paz, realizadas pelos Estados Unidos e Malawi, demonstram os benef¡¦ios que ambas as partes podem usufruir a partir dessas iniciativas, ela diz. |
Malawi n¡¦ ?assunto dos notici¡¦ios internacionais com muita freqüência. Esse pequeno pa¡¦ do sul da ¡¦rica, que faz fronteira com Mo¡¦mbique, Z¡¦bia e Tanz¡¦ia, nunca teve uma guerra civil nos seus 35 anos de independ¡¦cia. E, ao contr¡¦io das for¡¦s armadas de algumas outras nações africanas, o ex¡¦cito de Malawi nunca tentou usurpar o poder de um governo civil. Na verdade, durante as primeiras eleições multipartid¡¦ias do pa¡¦, em 1994, os militares permaneceram nos quart¡¦s e apoiaram a transição do pa¡¦, da ditadura para a democracia. Atualmente, o ex¡¦cito continua a desempenhar um papel nessa transição, e Malawi est?utilizando uma s¡¦ie de programas militares oferecidos pelos Estados Unidos para fortalecer sua jovem democracia e para aperfei¡¦ar a capacidade profissional do seu ex¡¦cito. Os programas variam desde o treinamento militar tradicional at?o fortalecimento das miss¡¦s de manutenção de paz e a melhoria das relações com os meios de comunicação.
Malawi ?um entre sete pa¡¦es africanos -- e o ¡¦ico no sul da ¡¦rica -- que no momento est¡¦ participando do treinamento da African Crisis Response Initiative [Iniciativa para Reação a Crises na ¡¦rica] (ACRI). Esse programa tem como objetivo melhorar a atual capacidade que as tropas africanas t¡¦ de se posicionar como tropas de manutenção de paz e de reagir ¡¦ crises humanit¡¦ias, sob a ¡¦ide de uma coaliz¡¦ multinacional ou uma organização regional, sub-regional, ou internacional. Elementos do U.S. Third Special Forces Group (Airborne) [Terceiro Grupo de For¡¦s Especiais (Aerotransportadas) dos Estados Unidos], baseado em Fort Bragg, Carolina do Norte, est¡¦ trabalhando em conjunto com elementos terceirizados, incluindo peritos em inform¡¦ica, para conduzir uma s¡¦ie de exerc¡¦ios no n¡¦el de batalh¡¦, para os soldados de cada pa¡¦ participante. Usando treinamento de campo e exerc¡¦ios feitos com o aux¡¦io de computadores, o objetivo ?estabelecer um curr¡¦ulo padr¡¦ de manutenção de paz, baseado nas normas das Nações Unidas, mas que seja adequado ¡¦ necessidades de cada pa¡¦ em particular. Malawi participou de um treinamento inicial da ACRI em 1997; o seu terceiro exerc¡¦io subseq¡¦nte est?programado para janeiro de 2000.
As experi¡¦cias de Malawi com a manutenção da paz s¡¦ anteriores ?sua participação na ACRI. Malawi enviou observadores e tropas a Ruanda e defendeu uma passagem vital para o com¡¦cio, o Corredor de Nacala, durante a prolongada guerra civil de Mo¡¦mbique, pa¡¦ lim¡¦rofe, na d¡¦ada de 1980 e no in¡¦io da d¡¦ada de 1990. Essas duas experi¡¦cias contribu¡¦am para que o ex¡¦cito se conscientizasse da import¡¦cia do treinamento em miss¡¦s de manutenção de paz, assist¡¦cia humanit¡¦ia e resolução de conflitos. O comandante do ex¡¦cito de Malawi, general-de-ex¡¦cito J.G. Chimbayo, acredita que a ACRI est?ajudando a aperfei¡¦ar as habilidades das suas tropas. "Embora o treinamento em miss¡¦s de manutenção de paz j?fizesse parte do nosso curr¡¦ulo h?anos", ele diz, "n¡¦ nos beneficiamos dos exerc¡¦ios pr¡¦icos da ACRI, como a pr¡¦ica de lidar com dist¡¦bios civis, o aux¡¦io humanit¡¦io e o uso de negociações. O nosso pr¡¦rio ex¡¦cito n¡¦ tem tido condições de conduzir tais exerc¡¦ios devido a restrições de ordem financeira".
Os soldados de Malawi foram elogiados durante uma s¡¦ie de exerc¡¦ios regionais de manutenção de paz. Durante o Exerc¡¦io Gar¡¦ Azul, na ¡¦rica do Sul, na primavera de 1999, o general-de-ex¡¦cito Chimbayo observou suas tropas, treinadas pela ACRI, em ação, e mais tarde disse, "foi gratificante ver meus soldados prestando sua contribuição com igualdade, e talvez at?mais do que isso, entre os militares de v¡¦ias for¡¦s de defesa". O treinamento tamb¡¦ est?sendo ¡¦il fora da ¡¦rica. Atualmente, Malawi tem um observador treinado pela ACRI em Kosovo.
A ACRI talvez seja o mais conhecido programa de treinamento entre for¡¦s armadas, implementado em Malawi, e origin¡¦io dos Estados Unidos, mas n¡¦ ?o ¡¦ico. Desde 1994, o programa Joint Combined Exchange Training [Interc¡¦bio de Treinamento Conjunto Combinado] (JCET) vem executando pequenos exerc¡¦ios de interc¡¦bio, em n¡¦el de unidade, entre unidades das For¡¦s Especiais dos Estados Unidos e o Ex¡¦cito de Malawi. Os JCETs em Malawi incluem treinamento de infantaria leve e de manuseio de armamentos, um curso de atualização de mestres de salto, para tropas p¡¦a-quedistas e treinamento em montanhismo, patrulhamento em postos de controle, navegação terrestre e remoção de minas terrestres, bem como a utilização de habilidades militares em tempo de paz. Um dos primeiros programas de JCET ofereceu um tipo de treinamento particularmente ¡¦il para os participantes africanos: ensinar os guardas dos parques nacionais as melhores maneiras de detectar e deter os ca¡¦dores ilegais de animais de grande porte, cuja ca¡¦ ?proibida por lei.
A maior parte dos oficiais superiores do ex¡¦cito participaram de programas de International Military Education and Training (IMET) [Formação e Treinamento Militar Internacional] que oferecem treinamento tanto em Malawi quanto nos Estados Unidos. O general-de-ex¡¦cito Chimbayo, por exemplo, ?ex-aluno do Command and General Staff Officers Course [Curso de Comando e Estado-Maior] em Fort Leavenworth, Kansas. Os programas IMET deste ano, de acordo com a subchefe da miss¡¦ da Embaixada dos Estados Unidos M¡¦cia Bernicat, ter¡¦, como ¡¦fase, a capacidade de planejamento e gerenciamento de recursos e fortalecer¡¦, mais ainda, as relações entre o meio civil e o meio militar, e o imp¡¦io da lei.
Verbas do IMET ser¡¦ usadas para arcar com os custos de um Semin¡¦io Regional de Gerenciamento de Recursos Integrados de Sa¡¦e, que ajudar?Malawi a desenvolver maneiras de utilizar, da melhor maneira poss¡¦el, os seus limitados recursos de sa¡¦e na luta contra o v¡¦us HIV e a AIDS. A propagação dessa doen¡¦ ?um dos maiores desafios enfrentados por Malawi atualmente; estima-se que haja uma taxa de infecção de aproximadamente 16 por cento entre a população adulta do pa¡¦. O programa IMET permitir?que o Ex¡¦cito de Malawi tenha um importante papel no confronto com esse desafio.
Um dos mais recentes programas na grande variedade de tipos de treinamento patrocinados pelas for¡¦s armadas americanas em Malawi trata da necessidade de fortalecer as relações entre o meio civil e o meio militar, e o imp¡¦io da lei. O programa ?conduzido pelo Defense Institute of International Legal Studies (DIILS) [Instituto Internacional de Direito Aplicado ?Defesa] como parte do Expanded International Military Education and Training Program [Programa Internacional Expandido de Formação e Treinamento Militar] (E-IMET). Esse programa tem como objetivo proporcionar programas especiais de formação para pa¡¦es estrangeiros nas ¡¦eas de direito militar, sistemas de justi¡¦ criminal, o imp¡¦io da lei e a relação entre a lei e as operações militares disciplinadas.
As informações do pa¡¦ hospedeiro sobre o conte¡¦o dos cursos s¡¦ uma parte integrante do programa DIILS. Representantes das for¡¦s armadas e do governo de Malawi visitaram os Estados Unidos para ajudar a planejar o primeiro semin¡¦io. Os semin¡¦ios realizados em mar¡¦ e em setembro de 1999, em Malawi, se concentraram nas relações entre civis e militares, justi¡¦ militar, as for¡¦s armadas e os meios de comunicação e direitos humanos, usando t¡¦nicas de resolução de problemas em grupo e discuss¡¦s, para estimular o di¡¦ogo entre civis e militares. O curso de setembro tamb¡¦ incluiu uma sess¡¦ sobre as mulheres nas for¡¦s armadas, uma inovação com a qual Malawi contribuiu para o curr¡¦ulo do DIILS, ao se preparar para receber a primeira turma de mulheres que se alistaram no ex¡¦cito. Embora a maioria dos participantes do primeiro semin¡¦io fossem militares, havia mais civis entre os alunos do segundo curso, como o l¡¦er do Parlamento, ju¡¦es de tribunais superiores e outras autoridades governamentais, membros da comunidade de direitos humanos e dos meios de comunicação. Al¡¦ desses semin¡¦ios no pa¡¦, o DIILS proporcionou treinamento no exterior para o ¡¦ico assessor jur¡¦ico do Ex¡¦cito de Malawi, e tem planos de proporcionar uma viagem de estudos aos Estados Unidos, para um grupo de membros selecionados do rec¡¦-formado Comit?Parlamentar de Defesa. O grupo visitar?o Congresso dos Estados Unidos para aprender mais a respeito da relação entre os militares e o governo eleito dos Estados Unidos.
A tenente da marinha dos Estados Unidos Sandra Jamison, coordenadora de cursos do DIILS para os programas com Malawi, admira a repercuss¡¦ local dos cursos. Os participantes, ela diz, "t¡¦-se mostrado muito entusiasmados, atentos e envolvidos, durante os semin¡¦ios do DIILS. Freq¡¦ntemente citamos Malawi como um excelente exemplo de cooperação entre militares e civis".
Essa cooperação ?particularmente importante no que diz respeito aos meios de comunicação, que freq¡¦ntemente podem influenciar a percepção que o p¡¦lico tem das for¡¦s armadas. Em comparação com muitos pa¡¦es africanos, as for¡¦s armadas de Malawi t¡¦ um relacionamento de trabalho relativamente bom com a imprensa. O coronel Roderick Chimowa, assessor de relações p¡¦licas do Minist¡¦io da Defesa, admite que as relações nem sempre foram t¡¦ cordiais. "No passado, eles (os jornalistas) tendiam a escrever qualquer coisa que pensassem a respeito do ex¡¦cito, pois n¡¦ havia um canal aberto para eles, para o fornecimento de informações. Mas hoje este canal existe, e somos capazes de conversar livremente com os ¡¦g¡¦s de comunicação e trocar id¡¦as. Quando eles n¡¦ t¡¦ certeza a respeito do que est?acontecendo, n¡¦ os encorajamos a nos procurarem, e atualmente eles fazem isso em muitos casos."
No entanto, alguns membros da m¡¦ia n¡¦ demonstram muito entusiasmo. "As for¡¦s armadas est¡¦ se abrindo conosco", diz Martines Namingha, editor do The Chronicle, um dos jornais de Malawi, "mas nem tanto quanto gostar¡¦mos, ou quanto esper¡¦amos". Ele acrescenta que ?preciso haver mais di¡¦ogo entre os militares e a m¡¦ia, uma opini¡¦ compartilhada por outras pessoas da m¡¦ia. Um editorial de jornal durante o ¡¦timo semin¡¦io do DIILS, escrito por um participante, aplaudia a continuidade dos esfor¡¦s da imprensa e do ex¡¦cito no sentido de melhorar suas comunicações entre si. Esta ?uma ¡¦ea que continuar?sendo um dos pontos a serem enfocados no treinamento. A pr¡¦ima sess¡¦ do DIILS em Malawi est?programada para mar¡¦ de 2000.
As atividades de envolvimento militar em tempo de paz realizadas pelos Estados Unidos e Malawi refletem os benef¡¦ios para ambas as partes que podem resultar dessas iniciativas. Os Estados Unidos refor¡¦m, de modo geral, as suas relações com as nações amigas, e pa¡¦es como Malawi, com or¡¦mentos de defesa limitados, por¡¦ com uma experi¡¦cia significativa, t¡¦ condições de receber tanto o treinamento militar de que necessitam quanto a assist¡¦cia em uma s¡¦ie de problemas espec¡¦icos.
Agenda de Pol¡¦ica Externa dos EUA
Revista Eletr¡¦ica do Departamento de Estado
Vol. 4, N?3, Dezembro de 1999