DEFENDENDO AS NOSSAS PRIORIDADES E AO MESMO TEMPO ASSEGURANDO A PAZSenador Max Cleland
Ao nos aproximarmos do final do s・ulo XX, as aterrorizantes incertezas da Guerra Fria deram lugar ?era atual, que ?incerta e intrigante, mas tamb・ cheia de esperan・. Como ocorre em qualquer per・do de transi艫o, estamos procurando, cuidadosamente, as estrat・ias e pol・icas mais apropriadas para a manuten艫o e o fortalecimento dos nossos interesses de seguran・ nacional. Na ・oca da Guerra Fria, nossas pol・icas diplom・icas e militares tinham como objetivo a oposi艫o aos regimes comunistas do mundo, por meio da OTAN e de outros mecanismos criados para nos ajudar a lidar com as realidades do modelo bipolar. Agora os Estados Unidos cumprem a ・dua tarefa de "manter a paz" no mundo inteiro, por terem as for・s armadas mais fortes, mais bem treinadas e mais bem armadas do mundo. Embora o nosso envolvimento direto nem sempre sejam necess・io ou desej・el em conflitos regionais em v・ias partes do mundo, os Estados Unidos podem se envolver indiretamente, e com efic・ia, em miss・s de manuten艫o da paz, por meio de uma estrat・ia de envolvimentos internacionais adequados das nossas for・s armadas. De acordo com um recente depoimento do chefe do Estado-Maior Conjunto das For・s Armadas, general Henry Shelton, perante a Comiss・ do Senado para as for・s armadas, "Os Estados Unidos s・ um martelo, mas nem todo conflito ?um prego". Atrav・ da forma艫o e do envolvimento, podemos assegurar um resultado mais favor・el nos casos que n・ envolvem os nossos interesses nacionais vitais, mas que certamente nos interessam, por sermos membros da comunidade internacional na qual a paz e o respeito pelos direitos humanos nos beneficiam a todos. O envolvimento militar em atividades de paz ?extremamente importante para os Estados Unidos atualmente, ao entrarmos no s・ulo XXI. A partir de 1989, tivemos que reavaliar e reformular nossa estrat・ia militar nacional v・ias vezes. Durante todo o processo de reformula艫o e an・ise, tem-se verificado uma necessidade constante, e em grande parte n・ satisfeita, de um consenso nacional a respeito de uma pol・ica coerente de envolvimento, para os indiv・uos que determinam a nossa pol・ica externa nacional, bem como para os nossos militares e seus respectivos l・eres. Como sempre ocorreu no decorrer da hist・ia, as for・s armadas americanas, como ocorre com as for・s armadas de qualquer pa・, s・ uma parte significativa da nossa estrutura nacional de poder. Poucas na苺es, at?agora, foram pot・cias mundiais por muito tempo, seja sob o ponto de vista econ・ico ou pol・ico, sem for・s armadas poderosas para assegurar o atingimento dos seus ideais filos・icos. O principal objetivo das nossas for・s armadas, naturalmente, ?defender os nossos interesses nacionais dissuadindo os ataques a esses interesses, al・ de serem capazes de dominar a situa艫o em qualquer conflito que ocorrer, se a dissuas・ falhar. A chave para isso ?determinar adequadamente os nossos interesses e em seguida criar os melhores meios, militarmente ou n・, para garantir esses interesses. Nem sempre o uso dos meios militares ?o melhor m・odo ou o m・odo preferido de defender os nossos interesses. Na verdade, os esfor・s nas ・eas diplom・ica, cultural ou econ・ica freq・ntemente s・ mais compensadores, sob o ponto de vista de custo, do que o envolvimento ou a interven艫o militar. Al・ disso, as nossas for・s armadas podem ser, e de fato t・ sido, solicitadas em demasia, considerando os recursos que foram colocados ?sua disposi艫o. Uma institui艫o militar que cobre uma ・ea grande demais ou que est?sobrecarregada ?uma receita para s・ios problemas operacionais, de moral e or・ment・ios, e ?um problema que deve tratado com prioridade pelos nossos l・eres pol・icos e militares. Apesar disso, na minha opini・, devemos dar continuidade ao nosso trabalho no sentido de oferecer instru艫o militar para os nossos aliados por meio do Marshall Center na Europa, da School of the Am・icas e de programas similares. Sempre acreditei que aqueles que compreendem a guerra, inclusive os verdadeiros custos da guerra, compreendem a paz e todas as suas b・艫os. Os militares norte-americanos t・ boa instru艫o como estudantes de (Karl von) Clausewitz, Sun Tzu, (Alfred Thayer) Mahan, e os melhores autores que se conhece, de textos sobre conflitos e envolvimento. Ao mesmo tempo, eles tamb・ recebem treinamento rigoroso e eficaz sobre princ・ios americanos fundamentais como a subordina艫o das for・s armadas ・ autoridades civis e respeito pelos direitos humanos. Embora os nossos esfor・s na ・ea de instru艫o militar no exterior e/ou para alunos estrangeiros nem sempre t・ sido bem sucedidos em repassar esses valores, eu acredito que as reformas recentes eliminar・ quaisquer falhas desse tipo no futuro. Ao trabalhar com outras na苺es por meio das nossas for・s armadas, o Congresso tamb・ precisa estar envolvido. Minha esperan・ e meu objetivo ?podermos abordar essas quest・s de uma forma mais bipardit・ia. Desde meu ingresso no Senado, tenho me sentido profundamente incomodado pelo tom dos nossos debates no Congresso, a respeito de uma s・ie de importantes quest・s de seguran・ nacional. O Senado tem tomado importantes decis・s a respeito das nossas pol・icas nos B・c・ e no Golfo P・sico, assim como do futuro da OTAN e das Na苺es Unidas, sem um conjunto abrangente de objetivos e pol・icas dos Estados Unidos. Eu simplesmente n・ acredito que podemos nos dar ao luxo de continuar mantendo uma atitude de partidarismo e objetivos conflitantes sem causar s・ios preju・os aos nossos interesses nacionais. Por esses motivos, anunciei, neste outono, planos para uma grande iniciativa no sentido de promover debates, no plen・io do Senado, no pr・imo ano, a respeito dos objetivos do nosso pa・ nas quest・s de seguran・ nacional. O plano prev?debates entre senadores a cada quatro a seis semanas, sobre assuntos incluindo a rela艫o dos Estados Unidos com a OTAN e com a ONU, o papel apropriado dos Estados Unidos nas miss・s de manuten艫o de paz no mundo inteiro e uma defini艫o dos "interesses nacionais" para ajudar a determinar quando as tropas americanas devem ser posicionadas no exterior. Precisamos provar que estamos mais preocupados com "princ・ios de pol・ica externa" do que em "fazer pol・ica externa". Os valores que est・ em jogo s・ altos demais, e os resultados s・ importantes demais para os povo americano, para as for・s armadas americanas e para a comunidade internacional, e portanto isso ?o m・imo que podemos fazer. Embora a express・ "tempo de paz" n・ transmita uma id・a de atividade militar, esse ?o tempo em que eu acho que os Estados Unidos devem estar mais atentos ・ suas pol・icas de seguran・ nacional, para assegurar a continua艫o da paz e a prote艫o dos nossos interesses nacionais.
Agenda de Pol・ica Externa dos EUA
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