FOR¡¦S DE OPERAÇÕES ESPECIAIS EM TEMPO DE PAZ: UMA PODEROSA FERRAMENTA PARA A FORMAÇÃO DO AMBIENTE DE SEGURAN¡¦

General Peter J. Schoomaker



Peter J. Schoomaker

As For¡¦s de Operações Especiais dos Estados Unidos s¡¦ conhecidas como equipes de profissionais discretos, sempre prontos para reagir a qualquer momento e em qualquer lugar, para ajudar os diplomatas americanos e seus colegas militares, bem como militares estrangeiros e autoridades governamentais em n¡¦el local e nacional no mundo inteiro, como diz o general Peter Schoomaker, do Ex¡¦cito dos Estados Unidos, comandante-em-chefe do U.S. Special Operations Command [Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos], baseado na Florida. Esses soldados, marinheiros e aviadores americanos, que possuem habilidades multiculturais, al¡¦ de um dom¡¦io especial de l¡¦guas estrangeiras, est¡¦ ajudando for¡¦s armadas estrangeiras diariamente, e ao mesmo tempo est¡¦ fortalecendo a "estatura dos Estados Unidos" e promovendo os interesses da seguran¡¦ nacional dos Estados Unidos, diz ele.

Conhecedores das caracter¡¦ticas culturais das regi¡¦s em que operam, falantes da l¡¦gua da população local, maduros, independentes e discretos, quando isso se faz necess¡¦io, os soldados, marinheiros e aviadores do Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos e dos Special Operations Commands [Comandos de Operações Especiais] regionais que d¡¦ apoio a cada teatro geogr¡¦ico, t¡¦ uma capacidade ¡¦ica de fazer uma contribuição significativa para o trabalho dos embaixadores americanos e suas equipes locais no sentido de fortalecer a imagem dos Estados Unidos e defender os interesses da seguran¡¦ nacional dos Estados Unidos no mundo inteiro.

Em uma semana t¡¦ica, aproximadamente 7.000 elementos das For¡¦s de Operações Especiais est¡¦ posicionados em 60 a 70 pa¡¦es no mundo inteiro, em miss¡¦s de apoio aos objetivos de pol¡¦ica externa dos Estados Unidos, apoio aos esfor¡¦s de envolvimento militar nos respectivos teatros de operações, desenvolvimento de relações duradouras com as nações hospedeiras e importantes miss¡¦s de treinamento para equipes americanas. Somente em 1998, as For¡¦s de Operações Especiais foram posicionadas e prestaram apoio a equipes diplom¡¦icas e militares americanas em 152 pa¡¦es, completaram mais de 280 operações de Joint Combined Exchange Training [Interc¡¦bio Para Treinamento Combinado e Conjunto] (JCET), cumpriram 123 miss¡¦s de combate ao tr¡¦ico de drogas em 104 pa¡¦es e treinaram elementos de nações hospedeiras em operações de remoção de minas em 17 pa¡¦es.

A participação das For¡¦s de Operações Especiais nessa variedade de programas de interc¡¦bio, exerc¡¦ios, programas de treinamento e atividades humanit¡¦ias, nos ajuda a estabelecer e manter importantes relacionamentos pessoais e profissionais com as nossas for¡¦s armadas hospedeiras -- relacionamentos baseados no respeito e na confian¡¦ de parte a parte. Repetidas vezes, esses relacionamentos t¡¦ sido de valor inestim¡¦el, tanto para os embaixadores americanos quanto para os comandantes militares nos teatros regionais de operações, nas ocasi¡¦s em que as crises e os conflitos ocorrem.

Igualmente importante, a presen¡¦ das For¡¦s de Operações Especiais ajuda a demonstrar com clareza o compromisso que os Estados Unidos t¡¦ com a nação hospedeira e ao mesmo tempo promove as instituições que contribuem para a estabilidade local e regional.

Uma caracter¡¦tica exclusiva das For¡¦s de Operações Especiais -- uma caracter¡¦tica que freq¡¦ntemente ?vista com bons olhos pelas equipes diplom¡¦icas e militares dos Estados Unidos no exterior, pelos nossos comandantes-em-chefe dos teatros de operações, e em muitos casos, pelas nações hospedeiras -- ?que elas geralmente s¡¦ posicionadas sob a forma de pequenas equipes. Sejam esses elementos soldados, marinheiros ou aviadores, sua presen¡¦ n¡¦ ?t¡¦ facilmente percept¡¦el quanto a das for¡¦s convencionais. Isso lhes permite cumprir suas miss¡¦s discretamente e de uma forma que ?relativamente transparente para a maior parte da população local, sempre que for conveniente.

Sem d¡¦ida, a verdadeira for¡¦ dessas equipes est?nos seus oficiais cuidadosamente selecionados, nos seus graduados altamente experientes e nos cabos e soldados que s¡¦ meticulosamente selecionados para as miss¡¦s nas quais dever¡¦ servir. Os l¡¦eres das For¡¦s de Operações Especiais dedicam muito tempo ?seleção de candidatos, para encontrar o tipo certo de profissional. Depois disso, investimos em muito treinamentos e recursos para formar um indiv¡¦uo maduro, equilibrado, cuja consider¡¦el compet¡¦cia militar ?complementada pelas habilidades lingüísticas apropriadas e conhecimento das caracter¡¦ticas regionais e culturais da ¡¦ea na qual dever?operar. Acreditamos que ?essencial manter esse padr¡¦ porque, atualmente, at?mesmo as tarefas mais b¡¦icas executadas em um n¡¦el fundamental podem ter ramificações estrat¡¦icas mais amplas. Portanto, ?imperativo que os elementos das For¡¦s de Operações Especiais continuem a ser profissionais maduros e sagazes que compreendem as implicações das suas ações, bem como os seus la¡¦s com o ambiente no qual operam.

Os embaixadores americanos e suas equipes locais, bem como os comandantes-em-chefe dos teatros de operações, est¡¦ cada vez mais cientes da maneira pela qual as habilidades exclusivas das For¡¦s de Operações Especiais podem prestar um apoio significativo para que possam ser atingidos os seus objetivos regionais e nacionais. Como resultado, as For¡¦s de Operações Especiais t¡¦ sido cada vez mais solicitadas no mundo inteiro. Se voc?identificar um ponto "que est?esquentando" em qualquer parte do mundo, ?prov¡¦el que elementos das For¡¦s de Operações Especiais j?estejam l? envolvidos em uma s¡¦ie de importantes atividades.

A capacidade que as For¡¦s de Operações Especiais t¡¦ de conduzir essas atividades ?o resultado direto do treinamento que recebem para nove miss¡¦s principais. Na verdade, quando somos posicionados para apoiar os objetivos de um embaixador ou de um comandante-em-chefe de teatro de operações, na maior parte das vezes temos grandes probabilidades de sermos bem sucedidos, na nossa percepção. A nação hospedeira se beneficia dos treinamento que proporcionamos, h?progresso no atingimento dos objetivos do embaixador e/ou comandante-em-chefe envolvido e as For¡¦s de Operações Especiais se beneficiam, aperfei¡¦ando seus conhecimentos culturais, suas habilidades lingüísticas e colocando em pr¡¦ica as habilidades que treinaram tanto para desenvolver. Aqui est¡¦ alguns exemplos que servem para ilustrar esse resultado tr¡¦ vezes positivo:

Defesa Interna no Exterior, isto ? ajudar os aliados dos Estados Unidos a organizar e treinar suas for¡¦s para fortalecer suas pr¡¦rias defesas e contribuir para a estabilidade regional de maneira mais ampla, ?uma das "miss¡¦s principais" das For¡¦s de Operações Especiais dos Estados Unidos. A African Crisis Response Initiative [Iniciativa para Reação ¡¦ Crises na ¡¦rica] (ACRI), um programa do Departamento de Estado para mobilizar as nações africanas para reagir a crises regionais, ?um exemplo cl¡¦sico da aplicação das habilidades das For¡¦s de Operações Especiais na ¡¦ea de defesa interna no exterior. Unidades das For¡¦s de Operações Especiais est¡¦ ajudando a organizar e treinar as for¡¦s armadas nativas no Senegal, Uganda, Malawi, Gana, Benin, Costa do Marfim e Mali, como um passo ?frente, rumo ?maior estabilidade regional.

Na ¡¦ea de combate ao tr¡¦ico de drogas, For¡¦s de Operações Especiais, no momento, est¡¦ trabalhando em un¡¦sono com a equipe local americana na Col¡¦bia, para ajudar o governo colombiano no treinamento de unidades da sua for¡¦ militar antidroga, nas habilidades organizacionais e de campo de que elas precisam para ajudar a combater o problema da produção e distribuição de drogas que assola o seu pa¡¦. For¡¦s de Operações Especiais t¡¦ se envolvido em atividades similares em outras nações andinas como a Venezuela, o Equador, o Peru e a Bol¡¦ia. Al¡¦ disso, embarcações de patrulha costeira das For¡¦s de Operações Especiais est¡¦ mantendo uma presen¡¦ continua no Caribe Ocidental e Oriental, onde trabalham em conjunto com os esfor¡¦s para o cumprimento da lei, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, prestando apoio ¡¦ atividades de detecção e monitoramento do Comando Sul dos Estados Unidos. Todas essas atividades das For¡¦s de Operações Especiais t¡¦ um impacto direto nos esfor¡¦s dos Estados Unidos para reduzir o corrosivo impacto do narcotr¡¦ico sobre as nações amigas, bem como sobre os Estados Unidos.

U.S. Special Operations Forces demining in 1998 No decorrer do ano de 1998, as For¡¦s de Operações Especiais dos Estados Unidos participaram de operações de remoção de minas em 17 pa¡¦es - incluindo v¡¦ias nações africanas, a Tail¡¦dia, o Laos e o Camboja, onde as for¡¦s locais s¡¦ treinadas para reconhecer, sinalizar e destruir com seguran¡¦ milhares de minas existentes.
As atividades de remoção de minas dos Estados Unidos t¡¦ levado pequenas equipes das For¡¦s de Operações Especiais a virtualmente todos os cantos do mundo que t¡¦ uma hist¡¦ia de conflitos. Em lugares como a ¡¦rica, a Tail¡¦dia, o Laos e o Camboja, as For¡¦s de Operações Especiais treinam as for¡¦s locais para que elas reconhe¡¦m, sinalizem e destruam, com seguran¡¦, as dezenas de milhares de minas que ainda existem. Al¡¦ disso, as For¡¦s de Operações Especiais ajudam as nações hospedeiras a organizar estrat¡¦ias de ação de remoção de minas em ¡¦bito nacional, e campanhas de conscientização do p¡¦lico sobre essa quest¡¦. Esse trabalho humanit¡¦io tem como objetivo ajudar esses governos a reduzir, e a longo prazo, eliminar a amea¡¦ trai¡¦eira e mortal que essas minas representam para as suas populações civis.

Esses exemplos ilustram a maneira pela qual as atividades de envolvimento em tempo de paz das For¡¦s de Operações Especiais resultam em uma "vit¡¦ia" para o embaixador dos Estados Unidos e para o comandante-em-chefe do teatro de operações; uma "vit¡¦ia" para a nação hospedeira; e uma "vit¡¦ia" para o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos. Como resultado, ?f¡¦il entender porque o "envolvimento regional" ?bom para as For¡¦s de Operações Especiais e continuar?sendo bom no futuro.

Um benef¡¦io adicional dos posicionamentos regularmente programados, em ¡¦bito global, das For¡¦s de Operações Especiais ?que quando as crises, de fato, aparecem, em muitos casos as For¡¦s de Operações Especiais j?se encontram no local ou nas proximidades. O caos que caracteriza os primeiros momentos, no desenrolar dos acontecimentos em uma situação de crise, freq¡¦ntemente se torna um desafio maior ainda devido ?falta de informações detalhadas. As For¡¦s de Operações Especiais que est¡¦ presentes no local freq¡¦ntemente proporcionam, ao embaixador americano e ao comandante local, informações adicionais imediatas, obtidas por pessoas que est¡¦ envolvidas com a cultura, falam a l¡¦gua, e podem apresentar um elemento de verdade em um momento cr¡¦ico, sem ter que esperar a chegada de for¡¦s de nenhum outro lugar. Embora as equipes das For¡¦s de Operações Especiais raramente estejam equipadas para resolver, sozinhas, uma crise, elas podem ter um papel essencial, permitindo a introdução tranq¡¦la e eficaz de elementos para a resolução da crise.

Os benef¡¦ios em potencial das atividades de envolvimento das For¡¦s de Operações Especiais em tempo de paz s¡¦ enormes quando ocorrem desastres. Nos casos em que os Estados Unidos s¡¦ solicitados para proporcionar ajuda humanit¡¦ia de emerg¡¦cia, as For¡¦s de Operações Especiais podem ajudar a diminuir o tempo de reação dos Estados Unidos em situações em que o tempo ?o fator mais cr¡¦ico.

U.S. aid during Vietnam flooding Soldados e policiais vietnamitas ajudam o sargento Enos Porche, do 353. o Esquadr¡¦ de Manutenção, e o sargento Scott Splinter, do 17. o Esquadr¡¦ de Operações Especiais a acomodar um "pallet" ap¡¦ carregarem 19 toneladas de g¡¦eros aliment¡¦ios fornecidos como ajuda humanit¡¦ia em Hue, Vietn?

Recentemente, tempestades tropicais causaram inundações devastadoras no Vietn? e por isso, o embaixador americano Douglas B. "Pete" Peterson pediu ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos que ajudasse a levar suprimentos cr¡¦icos para a ajuda ¡¦ v¡¦imas, por via a¡¦ea. Como as for¡¦s convencionais mais pr¡¦imas levariam dias para chegar ao local, foi feito um pedido ao quartel-general do Pac¡¦ico, do Comando de Operações Especiais, que j?estava com duas aeronaves MC-130 TALON II e as respectivas tripulações na ¡¦ea, em treinamento. Eles puderam atender ao pedido em quest¡¦ de horas. Essas tripulações transportaram mais de 9.900 quilos de materiais cr¡¦icos para a ajuda ?população, para a hist¡¦ica cidade de Hue, onde representantes do Comit?Internacional da Cruz Vermelha e soldados vietnamitas trabalharam para retirar os suprimentos das aeronaves e facilitar a distribuição dos materiais.

Nesse caso -- assim como em tantos outros no mundo inteiro -- as For¡¦s de Operações Especiais proporcionaram um conjunto de ferramentas exclusivo, ¡¦il, capaz, de comprovada efic¡¦ia e de grande import¡¦cia para ajudar a garantir a estabilidade regional e promover o entendimento entre as nações.

Agenda de Pol¡¦ica Externa dos EUA
Revista Eletr¡¦ica do Departamento de Estado
Vol. 4, N?3, Dezembro de 1999