Os parlamentares norte-americanos se esfor¡¦m para estruturar o debate sobre a ampliação da OTAN de maneira que ele seja compreens¡¦el para os eleitores. Tanto a C¡¦ara quanto o Senado tem funções importantes no processo decis¡¦io. Os projetos de lei referentes a despesas se originam na C¡¦ara; portanto a C¡¦ara deve aprovar quaisquer or¡¦mentos que se fizerem necess¡¦ios para dar apoio ?ampliação da OTAN. Mas para que o processo de ratificação seja bem-sucedido, dois ter¡¦s dos membros do Senado devem aprovar a proposta para incluir a Pol¡¦ia, a Hungria, e a Rep¡¦lica Tcheca na OTAN. A seguir apresentamos trechos dos pronunciamentos dos senadores que participaram da primeira s¡¦ie de audi¡¦cias do comit?de Relações Exteriores do Senado sobre a ampliação da OTAN, durante as quais a secret¡¦ia de estado Madeleine Albright dep¡¦, no dia 7 de outubro.
SENADOR WILLIAM ROTH (Republicano, Delaware)
Eu estou depondo perante o seu comit? n¡¦ apenas como um colega comprometido com a manutenção e o fortalecimento da alian¡¦ transatl¡¦tica, mas como presidente da Assembl¡¦a do Atl¡¦tico Norte e vice-presidente do Grupo de Observadores da OTAN no Senado.
Desde a queda do muro de Berlim, a Assembl¡¦a do Atl¡¦tico Norte (North Atlantic Assembly (NAA)), representando mais de 40 partidos pol¡¦icos das 16 nações da OTAN, tem estudado de maneira mais s¡¦ia e consistente o futuro da OTAN do que qualquer outra organização transatl¡¦tica. O Grupo de Observadores da OTAN no Senado, organizado no m¡¦ de maio ¡¦timo pelos senadores (Trent) Lott e (Thomas) Daschle, j?realizou mais de uma d¡¦ia de reuni¡¦s para examinar os desafios e perspectivas da ampliação.
Meu relacionamento com a NAA e com o Grupo de Observadores me convenceu de que a ampliação ?necess¡¦ia e importante n¡¦ apenas para a alian¡¦, mas tamb¡¦ para os Estados Unidos. A ampliação ser?f¡¦il? Poucas coisas nesse n¡¦el de import¡¦cia s¡¦ f¡¦eis. Mas valer?a pena? Com toda certeza. Permitam-me explicar os motivos.
Na qualidade de l¡¦er da Assembl¡¦a do Atl¡¦tico Norte, eu estive em Berlim pouco depois da queda do muro, tendo reuni¡¦s com muitos dos jovens l¡¦eres democr¡¦icos que estavam surgindo na Europa Central. Naquela ocasi¡¦ eu percebi duas coisas que, estranhamente, se opunham. Primeiro, a Guerra Fria havia terminado e a democracia havia prevalecido. A minha segunda percepção, contudo, foi de que a mudan¡¦ rumo ?democracia, por si s? n¡¦ garantiria a paz e a estabilidade no continente europeu.
Tendo servido durante a Segunda Guerra Mundial, eu estava dolorosamente ciente da import¡¦cia da paz e da estabilidade na Europa para os Estados Unidos da Am¡¦ica. Eu vejo a ampliação da OTAN como uma oportunidade sem precedentes na hist¡¦ia do mundo. Pela primeira vez mais temos a chance de sermos proativos na formação de uma paisagem estrat¡¦ica que contribuir?para a paz e a estabilidade na Europa. N¡¦ estamos reagindo a uma agress¡¦ ou a um desastre; estamos construindo os alicerces de um futuro seguro em uma regi¡¦ de interesse vital para os Estados Unidos.
H?quatro argumentos significativos para esclarecermos porque a ampliação da OTAN ?do maior interesse para os Estados Unidos. Primeiro, uma alian¡¦ mais ampla ?uma alian¡¦ mais forte, mais capaz. Uma proposta para que a Pol¡¦ia, a Hungria e Rep¡¦lica Tcheca entrem para a OTAN acrescentar?tr¡¦ democracias ?alian¡¦, que j?demonstraram seu comprometimento com os valores e interesses compartilhados pelos membros da OTAN; direitos humanos, igualdade da justi¡¦ em conformidade com a lei, e mercados comuns.
Todas essas nações possuem uma economia crescente e for¡¦s armadas sob o controle de civis. ?importante observar que todas elas tamb¡¦ enviaram tropas para a Operação Tempestade no Deserto, assim como para as nossas miss¡¦s de manutenção de paz no Haiti e na B¡¦nia. Sendo a OTAN, antes de mais nada, uma alian¡¦ militar, a admiss¡¦ dessas tr¡¦ democracias permitir?que a alian¡¦ cumpra melhor a sua miss¡¦ b¡¦ica de defesa coletiva, pois essas tr¡¦ nações acrescentar¡¦ 300.000 soldados ?OTAN.
Segundo, a ampliação da OTAN eliminar?a zona de instabilidade que existe, no momento, na Europa. No decorrer da sua hist¡¦ia, a Europa tem sido uma paisagem de muitos pequenos poderes inseguros, poucos grandes poderes imperialistas, e pol¡¦icas nacionalistas de defesa em demasia, cada um desses fatores criando atrito com os outros. Tr¡¦ vezes, neste s¡¦ulo, essa din¡¦ica arrastou a Am¡¦ica para guerras no continente europeu....
A ampliação da OTAN ?a maneira mais segura de fazer pela Europa Central e Oriental o que a lideran¡¦ dos Estados Unidos, por meio da alian¡¦, tem feito, e t¡¦ bem, pela Europa Ocidental. Isso inclui promover e institucionalizar a confian¡¦ a cooperação, coordenação e as comunicações. Dessa forma, a ampliação da OTAN n¡¦ ?um ato de altru¡¦mo, e sim de interesse pr¡¦rio.
Terceiro, tendo em mente o argumento acima, o custo da ampliação ?insignificante quando comparado com o custo de n¡¦ se fazer nada. Se a OTAN deixar de cumprir os compromissos assumidos em Madri, a alian¡¦ estar?renegando os seus objetivos e os ideais que defendeu durante a Guerra Fria. Por qu? Porque a OTAN ?muito mais do que uma alian¡¦ militar. Ela ? tamb¡¦, uma comunidade de valores. A ampliação n¡¦ ?somente uma oportunidade estrat¡¦ica; ela ?um compromisso moral.
N¡¦ podemos ignorar as aspirações v¡¦idas das democracias europ¡¦as que desejam se tornar membros contribuintes da nossa comunidade. Se a expans¡¦ n¡¦ se concretizar, devemos contabilizar o custo dessa atitude quando a desilus¡¦ tomar o lugar da esperan¡¦ na Europa Central e quando o nacionalismo, que teve um renascimento ap¡¦ a Segunda Guerra Mundial, preencher o v¡¦uo de seguran¡¦, em uma regi¡¦ que deu origem a duas guerras mundiais.
O custo tamb¡¦ deve ser levado em consideração em termos das conseqüências para a R¡¦sia e sua luta rumo ?democracia. Se a Europa Central continuar a ser uma zona cinzenta de inseguran¡¦, essa condição implica o risco da hist¡¦ia de imperialismo na R¡¦sia se tornar uma realidade novamente. A ampliação da OTAN ?um complemento cr¡¦ico, e n¡¦ amea¡¦dor, para o convite ?parceria que o Ocidente e a OTAN fizeram ?R¡¦sia. Ela garante um contexto regional no qual uma R¡¦sia democr¡¦ica ter?as melhores possibilidades para um relacionamento normal, de cooperação, com os seus vizinhos europeus.
Em quarto e ¡¦timo lugar, a ampliação da OTAN ?fundamental para a evolução da Europa; ela se tornar?uma parceira que enfrentar? de maneira mais eficaz, os desafios globais na comunidade transatl¡¦tica. Uma Europa unida e em paz ?uma Europa que ser?capaz de ter uma vis¡¦ mais clara al¡¦ das suas pr¡¦rias fronteiras, uma Europa que ter?melhores condições de se unir aos Estados Unidos para tratar das quest¡¦s de seguran¡¦ global que precisam ser tratadas. Uma parceria com uma Europa unida, e a estrutura da OTAN, testada pelo tempo e pelas tens¡¦s, dar¡¦ aos Estados Unidos as condições de enfrentar de maneira mais eficaz os desafios globais aos seus interesses vitais em uma ¡¦oca na qual os recursos de defesa est¡¦ cada vez sujeitos a maiores restrições.
Com esses argumentos, uma coisa fica clara: a melhor chance da Am¡¦ica, no que se refere ?paz e ?estabilidade duradouras na Europa, a nossa melhor chance de ficar fora de uma guerra na Europa, a nossa melhor chance de fortalecer uma parceria com a Europa que j??forte e produtiva, ?promover uma Europa que seja indivis¡¦el, livre e segura.
Que organização pode fazer isso melhor do que a alian¡¦ do Atl¡¦tico Norte, que tem mantido a paz por mais de 50 anos e que continua sem rival no seu potencial de enfrentar os desafios ?seguran¡¦ no futuro?
SENADOR JOSEPH BIDEN (Democrata, Delaware)
J?declarei, muitas vezes, que sou a favor da ampliação da OTAN, tanto no plen¡¦io do Senado dos Estados Unidos quanto como em outros ambientes; hoje portanto, vou apenas resumir minha posição no que diz respeito a essa pol¡¦ica.
A Europa continua sendo um interesse vital para os Estados Unidos. Fora da Am¡¦ica do Norte, nenhuma outra regi¡¦ pode se igualar ?Europa, no conjunto do poder pol¡¦ico, econ¡¦ico, militar e cultural, e na import¡¦cia para aos Estados Unidos. A Uni¡¦ Europ¡¦a, por exemplo, possui uma população um ter¡¦ superior ?nossa, e uma PIB ligeiramente superior ao nosso. Uma grande porcentagem das democracias do mundo est?na Europa. Por qualquer padr¡¦ geo-pol¡¦ico, seria uma cat¡¦trofe para os interesses americanos se a instabilidade alterasse a atual situação na Europa.
Finda a Guerra Fria, h?novas amea¡¦s ?Europa: conflitos religiosos e ¡¦nicos; uma nação cruzando as fronteiras de outra... crime internacional e drogas; al¡¦ disso, devo acrescentar, existe uma poss¡¦el amea¡¦, no futuro, ¡¦ reservas de petr¡¦eo no Oriente M¡¦io. Por este motivo, a ampliação est?sendo combinada com uma nova doutrina estrat¡¦ica e uma postura de for¡¦ que proporciona maior mobilidade e maior capacidade de projeção de for¡¦ no caso de qualquer uma dessas crises se materializar. No s¡¦ulo XX, os europeus provaram que n¡¦ s¡¦ capazes de acertar suas diferen¡¦s pacificamente por seus pr¡¦rios meios. Na minha opini¡¦, os Estados Unidos devem continuar a liderar a nova arquitetura de seguran¡¦ daquele aquele continente. Se n¡¦ fizermos isso, n¡¦ sei quem o far?
Nesse contexto, a admiss¡¦ da Pol¡¦ia, da Rep¡¦lica Tcheca e da Hungria na OTAN ampliar?a zona de seguran¡¦ at?a Europa Central. Se isso n¡¦ for feito, estaremos deixando uma zona cinzenta, de inseguran¡¦, em toda aquela regi¡¦. A quest¡¦, eu insisto em dizer, n¡¦ ?se devemos ampliar a OTAN ou se ela deve permanecer como est? A atual situação, Senhora Secret¡¦ia, na minha opini¡¦, n¡¦ ?uma opção. Se a ampliação n¡¦ ocorresse, os pa¡¦es entre a Alemanha e a R¡¦sia, inevitavelmente, procurariam outros meios de se proteger, criando alian¡¦s bilaterais ou multilaterais como fizeram na d¡¦ada de 30, com - segundo minhas previs¡¦s - resultados similares.
H?tamb¡¦ uma poderosa quest¡¦ moral que favorece a ampliação: O cumprimento de nossa promessa ¡¦ antigas nações cativas, fazendo com que as mesmas voltem a pertencer ao bloco ocidental - tanto a OTAN quanto a UE, quando eu digo "bloco ocidental" - porque os europeus, na minha opini¡¦, tamb¡¦ t¡¦ que assumir essa responsabilidade. Quando as nações estiverem inteiramente qualificadas para se unirem a essas duas organizações, sua seguran¡¦ estar?inteiramente assegurada. As negociações finais deste outono, referentes ?admiss¡¦, entre a OTAN e cada um dos tr¡¦ pa¡¦es candidatos - Pol¡¦ia, Rep¡¦lica Tcheca, e Hungria - revelar¡¦ se cada um deles est??altura das rigorosas qualificações da alian¡¦, e tendo como base minhas observações e minhas viagens, eu acredito que elas est¡¦.
A ampliação n¡¦ precisa prejudicar as nossas relações com a R¡¦sia. Devemos refor¡¦r nossas ligações pol¡¦icas e econ¡¦icas com aquele pa¡¦, na minha opini¡¦, e o Documento Constitutivo OTAN-R¡¦sia de maio de 1997 ?um passo significativo na direção certa; e os acordos da Parceria Para a Paz s¡¦ igualmente importantes.
Sr. Presidente, na minha opini¡¦, duas importantes quest¡¦s devem ser resolvidas antes de o Senado deliberar sobre a ratificação. Uma delas ?diretamente relacionada, a outra nem tanto - mas ambas s¡¦ importantes: a B¡¦nia e a divis¡¦ das despesas. Se a B¡¦nia for um prot¡¦ipo de crise europ¡¦a do S¡¦ulo XXI, nas pr¡¦imas semanas, quero dizer semanas mesmo, ?melhor que os Estados Unidos e seus aliados da OTAN desenvolvam um cen¡¦io vi¡¦el p¡¦-SFOR (For¡¦ de Estabilização da B¡¦nia).
Da mesma forma, embora os Estados Unidos devam continuar a desempenhar o seu papel de lideran¡¦ na OTAN, nossos parceiros canadenses e europeus da alian¡¦ da OTAN devem concordar, como o senhor indicou, em dar um passo ?frente e assumir a parcela justa que lhes cabe, dos custos da ampliação.
O estudo definitivo sobre o custo da OTAN ser?divulgado em dezembro. Antecipando-se ?divulgação do relat¡¦io, este comit?promover?a sua terceira audi¡¦cia sobre a ampliação da OTAN em 22 de outubro. Examinaremos os itens referentes ao custo e ?divis¡¦ das responsabilidades, e portanto n¡¦ falarei muito sobre isso hoje.
Acredito que a admiss¡¦ da Pol¡¦ia, da Rep¡¦lica Tcheca, e da Hungria, pela OTAN - se esses pa¡¦es estiverem em conformidade com os requisitos, e eles parecem estar - interessa, e muito, aos Estados Unidos da Am¡¦ica, em termos de seguran¡¦. Acredito que se n¡¦ fiz¡¦semos isso estar¡¦mos ampliando uma ¡¦ea de instabilidade, e n¡¦ de estabilidade.
Por um lado, a ¡¦ica coisa que parece estar causando uma impress¡¦ mais forte, no momento, na vis¡¦ de muitos colegas e do p¡¦lico americano, ?o compromisso moral; o fato ?que a Pol¡¦ia, e mais particularmente, a Hungria e a Rep¡¦lica Tcheca, foram deixadas do lado de l?da cortina. A cortina j?n¡¦ est?mais l? e est?na hora de deixar esses pa¡¦es passarem para c?.. do bloco oriental para o bloco ocidental. Mas h?muito pouco...consenso sobre a raz¡¦ pela qual os Estados Unidos tem interesse em fazer isso. Poucas pessoas acreditam que o acr¡¦cimo - por mais corajosos e valentes que eles possam ser - dos ex¡¦citos da Pol¡¦ia, da Hungria e da Rep¡¦lica Tcheca - poder?contribuir para que o americano comum possa dormir com mais seguran¡¦ do que hoje.
Neste momento...se voc¡¦ perguntassem ao povo americano se ele acha que a OTAN ?necess¡¦ia, se ele acha uma boa id¡¦a gastar 120 bilh¡¦s de d¡¦ares por ano...eu desconfio que eles diriam a mesma coisa que eu ou¡¦ os meus colegas dizerem. Por que a Europa n¡¦ pode cuidar disso? Por que n¡¦ podemos deix?los em paz? Se expandirmos, a alian¡¦ perder?a sua vitalidade - como disse um dos l¡¦eres do Comit?das For¡¦s Armadas em um debate entre ele e eu neste recinto: n¡¦ se mexe em time que est?ganhando. Se voc¡¦ expandirem a alian¡¦, voc¡¦ s?conseguir¡¦ diminuir o consenso. J?foi dif¡¦il fazer...com que 16 nações estivessem de acordo; admitam outras tr¡¦ ou mais e vai ficar muito mais dif¡¦il conseguir consenso. Voc¡¦ v¡¦ fazer o que foi feito 300 anos atr¡¦ na Pol¡¦ia quando os pr¡¦cipes se reuniam e cada um tinha o direito de veto; voc¡¦ v¡¦ deixar a alian¡¦ ruir.
Esses s¡¦ os argumentos que eu ou¡¦. Mas no fundo trata-se disso: "Olhe, Europa, "como diz um dos meus colegas, "dos seis maiores ex¡¦citos no muno, cinco est¡¦ na ¡¦ia. O futuro de nossa economia est?na ¡¦ia. Temos uma quantidade enorme de recursos investidos na Europa. Por que estamos fazendo isso?"
Afinal, na minha opini¡¦, temos que responder ?seguinte pergunta...Por que os europeus n¡¦ podem tomar conta de si mesmos: O PIB (Produto Interno Bruto) da Europa ?maior do que o nosso. A população da Europa ?maior do que a nossa. E como meu pai me disse, em um contexto diferente, quando est¡¦amos discutindo: desde a ¡¦oca em que o ex¡¦cito romano invadiu a Europa e derrotou os pag¡¦s, nenhum ex¡¦cito de ocupação permaneceu em um lugar por tanto tempo quanto tivemos que ficar na Europa. Por qu?
Acredito que a senhora e o presidente, particularmente, ter¡¦ que levar essa argumentação ao povo, para explicar essa quest¡¦. Por que ser?que a Europa n¡¦ pode cuidar disso sozinha? Por que temos que nos envolver?
SENADOR JOHN WARNER (Republicano, Virginia)
Eu me oponho veementemente a este programa.
Primeiro uma resposta r¡¦ida a -- [o que] acontecer?se a R¡¦sia for admitida: eu digo que isso seria o fim da OTAN, porque um dos principais objetivos da OTAN deixaria de existir. Seria o fim porque quando eu entrei para o Senado, 19 anos atr¡¦, nos primeiros cinco anos este grupo de autoridades liderou a defesa contra a sa¡¦a da OTAN, contra a retirada das nossas tropas, usando como base tanto a quest¡¦ econ¡¦ica quanto outros argumentos...
Mas a minha preocupação ...?relacionada com a outra amea¡¦ com a qual se defrontam todas as novas nações que desejam ser admitidas; hoje elas est¡¦ lutando de maneira pac¡¦ica e leal pela sobreviv¡¦cia econ¡¦ica, e conferindo o status de membros da OTAN aos tr¡¦ pa¡¦es, os outros tr¡¦ (Rom¡¦ia, Eslov¡¦ia, e o B¡¦tico), na minha humilde opini¡¦, ficar¡¦ em grande desvantagem, sob dois aspectos.
Primeiro, eles (Pol¡¦ia, Hungria, Rep¡¦lica Tcheca) podem fazer an¡¦cios para atrair capital estrangeiro, "Venha investir aqui, porque voc?estar?mais seguro, porque a OTAN est?aqui" - mais ou menos como ?o caso da Federal Deposit Insurance Corporation, quando voc?faz um dep¡¦ito na sua conta no banco.
Segundo, essas nações n¡¦ ter¡¦ que preparar suas pr¡¦rias defesas, pois elas far¡¦ parte da OTAN. E eu j?discuti isso com os embaixadores, e os ministros das relações exteriores, e os ministros da defesa desses pa¡¦es; eles admitem, prontamente, que o nosso custo para montar uma defesa nesse n¡¦el, n¡¦ achamos, e a seguran¡¦ que ?necess¡¦ia, ser?um ter¡¦ ou talvez a metade do que as nações que n¡¦ foram admitidas ter¡¦ que gastar. E para mim, tudo isso indica que voc?come¡¦r?a estimular a disc¡¦dia. E como sabemos atualmente, uma parte da seguran¡¦ do mundo, uma parte cada vez maior ?amea¡¦da [est?sendo amea¡¦da] por disputas ¡¦nicas, disputas de fronteira, disputas religiosas. E voc?acrescenta - ?luta que eles enfrentam, atualmente, pela sobreviv¡¦cia econ¡¦ica, competição econ¡¦ica, o status da OTAN e um custo menor para a sua defesa, e eu acho que voc?est?semeando a disc¡¦dia entre esses pa¡¦es.
SENADOR PAUL WELLSTONE (Democrata, Minnesota)
Sobre esta quest¡¦ (expans¡¦ da OTAN), eu realmente estou indeciso.
Isto ?o que eu n¡¦ consigo entender: se estamos falando sobre a import¡¦cia de melhorar as economias e a democratização de pa¡¦es como a Hungria, e a Rep¡¦lica Tcheca, e a Pol¡¦ia, existe a Uni¡¦ Europ¡¦a. Eu n¡¦ sei como uma alian¡¦ militar realmente trata desses assuntos. A pergunta ? para onde estamos indo? Quero dizer, temos que olhar para o futuro. Se, por exemplo, estamos dizendo que isto n¡¦ ?o fim, que os pa¡¦es do B¡¦tico e a Ucr¡¦ia s¡¦ bem-vindos, quais seriam, ent¡¦, as conseqüências com a R¡¦sia?
E acho que tudo isso me leva a uma pergunta, e talvez esse seja o meu jeito, como algu¡¦ que est?tentando compreender esses assuntos, de chegar mais perto do que eu acho que deve ser a posição certa para eu assumir como senador. Voc?disse que se os pa¡¦es satisfizerem esses crit¡¦ios, crit¡¦ios democr¡¦icos, eles s¡¦ bem-vindos. Se a R¡¦sia satisfizesse esses crit¡¦ios, ela seria bem-vinda ?OTAN?
Porque estar¡¦mos tentando expandir uma alian¡¦ militar que constru¡¦os em oposição a uma Uni¡¦ Sovi¡¦ica que j?n¡¦ existe mais? N¡¦ ?tanto uma quest¡¦ de nossa pol¡¦ica ser norteada necessariamente por uma "paran¡¦a da R¡¦sia"; ?uma quest¡¦ de, quando olhamos para o futuro, discutirmos se isso pode ou n¡¦, de fato, facilitar a exist¡¦cia da pr¡¦ria instabilidade que seria t¡¦ perigosa para o mundo em que vivemos. ?uma quest¡¦ muito leg¡¦ima, e importante, e acho que teremos que discutir mais sobre ela.
Portanto [h¡¦ uma s¡¦ie de perguntas: Por que estamos fazendo isso: Qual ?a amea¡¦ militar? De que forma a alian¡¦ militar expande a economia e a democracia? Quais s¡¦ as conseqüências com a R¡¦sia? N¡¦ ?verdade que as for¡¦s democr¡¦icas na R¡¦sia s¡¦ as que sofrem mais oposição? E finalmente, seria poss¡¦el admitir a R¡¦sia em uma OTAN expandida?
No que diz respeito ao custo, eu acho que ?uma quest¡¦ muito importante para o nosso pa¡¦. Acho que todos concordamos que se, de fato, algumas das estimativas de custo subestimam, e muito, o que teremos que enfrentar, ou que os pa¡¦es europeus n¡¦ v¡¦ pagar, ent¡¦, essa quest¡¦ se tornar? na minha opini¡¦, uma grande preocupação para o nosso pa¡¦.
SENADOR RICHARD LUGAR (Republicano, Indiana)
No meu julgamento, o debate da expans¡¦ da OTAN at?agora ignorou, em grande parte, a quest¡¦ central da finalidade b¡¦ica da OTAN. O debate da ratificação, pelo Senado, dos novos membros da alian¡¦, deveria come¡¦r com essa quest¡¦...
Muitos de n¡¦, no Congresso e no governo, temos trabalhado arduamente para garantir a ratificação da admiss¡¦ Pol¡¦ia, da Hungria e da Rep¡¦lica Tcheca - e talvez estejamos ocupados demais para definir a finalidade da OTAN. Mas as quest¡¦s associadas ?finalidade e ?divis¡¦ das responsabilidades surgir¡¦ durante o processo de ratificação. As respostas ser¡¦ essenciais para a ratificação, e tamb¡¦ para o futuro da OTAN.
Primeiro, a aus¡¦cia de uma finalidade claramente definida e compreendida pode complicar a implementação da expans¡¦, dando a impress¡¦ de que a miss¡¦ exclusiva da alian¡¦ ?defender os seus membros contra alguma amea¡¦ futura, mas ainda inadequadamente definida, vinda do Leste. Essa preocupação, embora n¡¦ seja insignificante, poderia, por sua vez, dirigir a atenção das for¡¦s armadas aliadas para o problema errado, particularmente se as amea¡¦s estrat¡¦icas significativas para os Estados Unidos e seus aliados estiverem em outras partes.
Segundo, o ato da ampliação est?se confundindo com a raz¡¦ de ser da alian¡¦. E a quest¡¦ dos futuros membros adicionais pode causar maiores atrasos no trato da finalidade prec¡¦ua da OTAN, ou sofrer atraso devido ?definição inadequada das miss¡¦s b¡¦icas da alian¡¦.
Terceiro, o planejamento das for¡¦s, objetivos e programas da alian¡¦ deve ser baseado em uma estrat¡¦ia militar, a qual, por sua fez, deve ser norteada por um objetivo estrat¡¦ico. Os gastos adequados com defesa, e a modernização e a restruturação de for¡¦s obsoletas n¡¦ ocorrer¡¦ se n¡¦ houver um objetivo estrat¡¦ico.
Quarto, a estrat¡¦ia e a tecnologia dos Estados Unidos se baseiam em prioridades globais, ao passo que as for¡¦s europ¡¦as s¡¦ orientadas para a defesa territorial e s¡¦, portanto, em grande parte, irrelevantes para as prioridades dos Estados Unidos. A recente Revis¡¦ Quadrienal de Defesa (QDR) n¡¦ leva em consideração, de maneira substancial, a OTAN, a Europa, ou os aliados, na estrat¡¦ia e requisitos globais dos Estados Unidos. Resumindo, a julgar pela QDR, a alian¡¦ principal da Am¡¦ica n¡¦ est?confrontando os principais problemas de seguran¡¦ dos Estados Unidos. Apesar da ¡¦fase da alian¡¦ na defesa do territ¡¦io dos seus membros, em conformidade com o Artigo 5 do Tratado de Washington, e os tipos de operações de paz e gerenciamento de crise, em conformidade com o Artigo 4, a OTAN precisa de uma direção estrat¡¦ica. Isso deve ser feito antes de ou paralelamente a decis¡¦s adicionais sobre for¡¦s, comando, estrutura, e membros.
Explicando de maneira super simplificada, acredito que h?pelo menos duas alternativas estrat¡¦icas que poderiam orientar a finalidade b¡¦ica da alian¡¦. A primeira ?a OTAN garantir a seguran¡¦ europ¡¦a; e assim, a miss¡¦ da OTAN se identifica com uma miss¡¦ europ¡¦a e deve se encaixar com o perigo da Europa.
A segunda ?a OTAN servir como o ve¡¦ulo pelo qual os americanos e europeus protegem seus interesses comuns - sempre que eles forem desafiados. Embora ela seja subordinada ?primeira, ela tamb¡¦ sugere que a alian¡¦ pode e deve confrontar as crescentes amea¡¦s aos interesses dos membros fora da Europa.
A geografia ?o principal crit¡¦io da primeira estrat¡¦ia; os interesses s¡¦ o que importa na segunda...
Qual ?a posição do governo na definição das nossas alternativas estrat¡¦icas, e que direção estrat¡¦ica ou norma de conduta ele promover?dentro da alian¡¦?
Pol¡¦ica Externa dos EUA -- Agenda
Revista Eletr¡¦ica da USIA
Vol. 2, N?4, Outubro de 1997