O apoio proporcionado pelos Estados Unidos ¡¦ "inovações na manutenção da paz" no Oriente M¡¦io reflete o compromisso firme do governo americano com a paz a longo prazo na regi¡¦, diz o coronel Forster. A tentativa pragm¡¦ica de "encontrar a mistura certa de for¡¦s de manutenção da paz, sob mandatos da ONU ou n¡¦, aceit¡¦el por todos os beligerantes, e imparcial na sua conduta das operações, ?caracter¡¦tica dos esfor¡¦s dos Estados Unidos para a manutenção da paz no Oriente M¡¦io," ele diz. Forster ?o diretor do Instituto de Manutenção da Paz do Ex¡¦cito dos Estados Unidos, no Quartel Carlisle, Pensilv¡¦ia.
Os Estados Unidos est¡¦ profundamente envolvidos nos esfor¡¦s para promover a paz no Oriente M¡¦io h?mais de 50 anos. Com o duplo interesse de apoiar Israel e apoiar amigos ¡¦abes, e ao mesmo tempo coibir a Guerra Fria e outras rivalidades internacionais, os esfor¡¦s dos Estados Unidos na regi¡¦ t¡¦ sido, ao mesmo tempo, complicados e frustrantes. A urg¡¦cia e a import¡¦cia da pol¡¦ica dos Estados Unidos foi real¡¦da pela crise do petr¡¦eo deflagrada pela OPEP (Organização dos Pa¡¦es Exportadores de Petr¡¦eo) no in¡¦io da d¡¦ada de 1970, uma situação que teve conseqüências globais.
Os Estados Unidos t¡¦ permanecido bem na linha de frente ou perto delas, por¡¦ nos bastidores, no esfor¡¦ para evitar o conflito e promover a paz, a reconciliação, e o desenvolvimento no Oriente M¡¦io. Em conjunto com outros estados, os Estados Unidos t¡¦ apoiado as inovações da ONU na manutenção da paz, proporcionando, periodicamente, um forte ¡¦peto diplom¡¦ico no processo da paz, e trabalhando fora das Nações Unidas quando necess¡¦io para resolver obst¡¦ulos espec¡¦icos ?paz no Oriente M¡¦io.
Os Estados Unidos estavam envolvidos na criação da Organização da ONU Para a Supervis¡¦ da Tr¡¦ua [UN Truce Supervision Organization] (UNTSO), em 1948, para monitorar o cessar-fogo entre Israel e seus vizinhos ¡¦abes, e perceberam rapidamente o potencial desse prot¡¦ipo de operação de manutenção da paz. A UNTSO despachou um grupo internacional de oficiais das for¡¦s armadas para monitorar o acordo que p¡¦ um fim ?luta e permitiu que medidas para criar a confian¡¦ fossem implementadas. A miss¡¦ foi bem sucedida porque os oponentes queriam encerrar as hostilidades. Oito anos depois, em 1956, os Estados Unidos tamb¡¦ apoiaram a iniciativa de estabelecer uma for¡¦ de tropas de manutenção da paz, portando armamento leve, a For¡¦ de Emerg¡¦cia da ONU [UN Emergency Force] (UNEF I), no Sinai, para supervisionar a retirada das for¡¦s brit¡¦icas, francesas, e israelenses do territ¡¦io eg¡¦cio. Essa for¡¦ internacional sob o controle da ONU permaneceu no Sinai como uma for¡¦ de manutenção da paz entre as posições at?1967, para garantir a integridade das fronteiras do Egito, e ao mesmo tempo ajudar a manter a seguran¡¦ de Israel; ela foi substitu¡¦a pela UNEF II, 1973-1979. Em ambos os casos, os Estados Unidos forneceram equipamento, transporte, e ocasionalmente, um observador militar ou oficial de estado-maior, mas n¡¦ enviaram tropas.
Durante esses anos foi estabelecido um padr¡¦ para que as "cinco nações permanentes" do Conselho de Seguran¡¦ da ONU criassem e apoiassem miss¡¦s de manutenção da paz, constitu¡¦as por observadores e tropas armadas, com os Estados Unidos pagando 31 por cento da conta de manutenção da paz da ONU, mas sem participar diretamente com o envio de tropas. Outras nações, no entanto, foram encorajadas no sentido de contribuir com tropas para diminuir a rivalidade entre as superpot¡¦cias e para refor¡¦r a percepção de imparcialidade, e portanto, a aceitação, dos soldados de manutenção da paz.
Sob os ausp¡¦ios da ONU, a manutenção da paz durante a Guerra Fria, aplicada a conflitos entre nações, evoluiu de modo a incluir os seguintes elementos prim¡¦ios: consentimento dos oponentes, imparcialidade das for¡¦s de manutenção da paz, mandato internacional (geralmente outorgado pelo Conselho de Seguran¡¦ da ONU), o uso m¡¦imo de for¡¦ para a pr¡¦ria proteção, e recursos adequados. Os Estados Unidos e a antiga Uni¡¦ Sovi¡¦ica ampliaram o seu comprometimento com a regi¡¦ ap¡¦ a Guerra de 1973 entre os ¡¦abes e os israelenses, quando as superpot¡¦cias concordaram em enviar 36 observadores militares para a UNTSO. Eles tamb¡¦ apoiaram a criação de uma nova miss¡¦ de observação em 1974 nas Colinas de Gol? entre Israel e a S¡¦ia, a For¡¦ de Observação de Separação da ONU [UN Disengagement Observer Force] (UNDOF), assim como uma nova for¡¦ de manutenção da paz em 1978, a For¡¦ Interina da ONU no L¡¦ano [UN Interim Force in Lebanon] (UNIFIL) para supervisionar a retirada de Israel do L¡¦ano.
Em 1979, como parte dos Acordos de Camp David, os Estados Unidos concordaram em apoiar e participar da For¡¦ Multinacional e Observadores [Multinational Force and Observers] (MFO) no Sinai, entre o Egito e Israel. A MFO, ativada em 1981, ?uma for¡¦ multinacional de manutenção da paz, sem ligação com a ONU, que tem ajudado a garantir a estabilidade entre os dois vizinhos. Al¡¦ disso, os acordos foram facilitados por subs¡¦ios concedidos pelos Estados Unidos a Israel e ao Egito, em troca de concess¡¦s feitas pelas duas nações durante as negociações.
Infelizmente a For¡¦ Multinacional [Multinational Force] (MNF), sem relação com a ONU, estabelecida no L¡¦ano em 1983, n¡¦ teve o mesmo sucesso que a MFO conseguiu. Membros da MNF, no ambiente incerto em torno de Beirute, sofreram um n¡¦ero excessivo de baixas enquanto estavam tentando manter a paz, porque, na percepção de alguns oponentes, eles estavam tomando partido, e se tornando parte do conflito. A MNF foi retirada em 1984. Uma lição importante aprendida na intervenção no L¡¦ano, e aprendida novamente na B¡¦nia com a UNPROFOR (1991-1995), foi que n¡¦ se deve tentar instituir miss¡¦s de garantia da paz - nas circunst¡¦cias em que nem todos os oponentes podem concordar com a presen¡¦ de uma for¡¦ internacional para separar os combatentes - com for¡¦s configuradas para miss¡¦s de manutenção da paz - em circunst¡¦cias em que todos os oponentes concordem com a presen¡¦ de for¡¦s externas para separar as facções inimigas. Al¡¦ disso, tanto no L¡¦ano quanto, mais tarde, na B¡¦nia, as for¡¦s internacionais de manutenção da paz foram prejudicadas por normas de envolvimento inadequadas.
O padr¡¦ das operações da paz da ONU e sem ligação com a ONU no Oriente M¡¦io se repetiu mais tarde na Guerra do Golfo quando, em 1991, uma coaliz¡¦ liderada pelos Estados Unidos, a Operação Prover Conforto, conduziu uma operação humanit¡¦ia nos moldes de uma miss¡¦ de garantia da paz, para apoiar os curdos nas montanhas do norte do Iraque. Mais tarde, no mesmo ano, as Nações Unidas estabeleceram A Miss¡¦ Iraque-Kuwait de Observação da ONU [UN Iraq-Kuwait Observation Mission] (UNIKOM) para monitorar a fronteira entre os dois pa¡¦es. Enquanto isso, avi¡¦s da coaliz¡¦ liderada pelos Estados Unidos impediram o acesso do governo do Iraque ao espa¡¦ a¡¦eo das partes norte e sul do seu pa¡¦, em conformidade com o acordo de cessar-fogo.
Do modo geral, o esfor¡¦ pragm¡¦ico de encontrar a mistura certa de for¡¦s de manutenção da paz, tanto para mandatos da ONU quando de fora dela, aceit¡¦el por todas as partes beligerantes e imparcial na sua conduta das operações, ?caracter¡¦tico dos esfor¡¦s de manutenção da paz dos Estados Unidos no Oriente M¡¦io. Isso reflete a atenção da comunidade internacional em relação ao Oriente M¡¦io - uma regi¡¦ t¡¦ rica em recursos naturais, e no entanto t¡¦ sujeita a desaven¡¦s, conflitos e agitação. Al¡¦ disso, a combinação de tr¡¦ grandes religi¡¦s na ¡¦ea, as complexas tens¡¦s pol¡¦icas e culturais entre esses grupos e internamente, entre partes dos mesmos, e os legados pol¡¦icos e econ¡¦icos de duas guerras mundiais e da Guerra Fria acrescentam grande emoção, e ¡¦ vezes, extremismo, ao conflito.
As pessoas envolvidas na resolução de conflitos no Oriente M¡¦io precisam perceber muito bem as distinções culturais e as dimens¡¦s hist¡¦icas para poder ter alguma oportunidade de elaborar estrat¡¦ias para criar um clima de confian¡¦. O progresso que foi feito na resolução de conflitos freq¡¦ntemente foi feito porque os esfor¡¦s de manutenção da paz reduziram a probabilidade de combate direto, permitindo, ao mesmo tempo, medidas peri¡¦icas de "diplomacia itinerante" de grande visibilidade, esfor¡¦s diplom¡¦icos nos bastidores, e medidas de "duas vias" a longo prazo, para a criação de um clima de confian¡¦. Os esfor¡¦s que deram mais certo t¡¦ sido hol¡¦ticos e abrangentes - envolvendo os oponentes do conflito e a comunidade internacional em geral, e liderados pelo forte apoio diplom¡¦ico de pa¡¦es, como os Estados Unidos, que podem exercer influ¡¦cia no processo. Apesar de toda a frustração que freq¡¦ntemente experimentamos no decorrer do processo da paz, de ritmo aparentemente lento no Oriente M¡¦io, os esfor¡¦s das tropas de manutenção da paz minimizaram de fato a eclos¡¦ das hostilidades e salvaram in¡¦eras vidas humanas.
Os Estados Unidos continuam decididamente comprometidos com a paz no Oriente M¡¦io, a longo prazo. Os esfor¡¦s dos Estados Unidos para atingir esse objetivo incluem a resolução de conflitos nas quest¡¦s entre os ¡¦abes e israelenses, iniciativas para evitar que as nações agressivas na regi¡¦ ameacem os vizinhos, e a manutenção dos neg¡¦ios e do com¡¦cio em n¡¦el internacional. Para cumprir essas metas, os Estados Unidos est¡¦ enviando tropas ao Sinai (aproximadamente 1.000 soldados na MFO), pr?posicionando equipamentos e colocando tropas no Golfo, conduzindo operações de vigil¡¦cia a¡¦ea sobre partes do Iraque (Vigil¡¦cia Norte e Vigil¡¦cia Sul), contribuindo com miss¡¦s de observação da ONU na regi¡¦, e conduzindo exerc¡¦ios de treinamento militar no Egito, Kuwait, e em outros locais na regi¡¦. Esses esfor¡¦s refor¡¦m o apoio cont¡¦uo dos Estados Unidos, nos campos diplom¡¦ico e econ¡¦ico, para iniciativas abrangentes da paz, e trazem benef¡¦ios para os habitantes da regi¡¦ e para a comunidade internacional.
Agenda de Pol¡¦ica Externa dos EUA
Revista Eletr¡¦ica da USIA
Vol. 3, N?2, Abril de 1998