Para a Alian・ da OTAN, o significado da For・ de Implementa艫o [Implementation Force] (IFOR) e da For・ de Estabiliza艫o [Stabilization Force] (SFOR) "transcende a B・nia e os B・c・," diz o embaixador Alexander Vershbow, Representante Permanente dos Estados Unidos no Conselho do Atl・tico Norte. "Ao trazer a paz ?regi・, n・ tamb・ revitalizamos a Alian・ e ajudamos a definir o seu papel no futuro." Vershbow acredita que "permanecendo por um per・do um pouco mais longo agora, podemos ter a certeza de que, quando retirarmos as nossas tropas da B・nia, elas n・ precisar・ voltar."
Na B・nia, os canh・s j?est・ silentes h?quase dois anos e meio gra・s ?OTAN, e parece que ?f・il considerar as opera苺es da Alian・ na B・nia como um fato consumado. Agora, uma opera艫o liderada pela OTAN na B・nia j?faz parte da paisagem local. Mas n・ devemos nos esquecer de que o caminho at?l?foi dif・il. Esse deslocamento tem uma rela艫o muito forte com a atual vitalidade da OTAN e com o seu desenvolvimento futuro, aos nos aproximarmos do 50?anivers・io do Tratado de Washington e de um novo s・ulo.
Hoje a B・nia ?uma hist・ia de sucesso para a OTAN, e ?vista como uma coroa艫o de todos os esfor・s dos ・timos sete anos, no sentido de transformar a Alian・. Mas tamb・ precisamos aprender com os muitos erros que quase fizeram com que a B・nia arruinasse a OTAN. Temos que pensar a respeito disso e em seguida incorporar essas importantes li苺es ao novo Conceito Estrat・ico da OTAN, que estamos come・ndo a rever agora.
Neste artigo, explicaremos as tarefas da OTAN para o s・ulo XXI e o pensamento que norteia o nosso planejamento de defesa, que por sua vez guiar?o desenvolvimento das for・s aliadas que ser・ necess・ias para executar essas tarefas. Se n・ estudarmos e aplicarmos essas li苺es ?nossa maneira de pensar sobre o futuro da OTAN, teremos errado o alvo.
Oportunidades perdidas
No in・io, os l・eres da OTAN insistiram em dizer que a B・nia n・ era um teste para a "nova" OTAN. No entanto, a B・nia era de fato, vista pelo p・lico e pelos pol・icos como um teste mais amplo - um teste no qual a Alian・ estava falhando. A experi・cia da OTAN na B・nia era, at?agosto de 1995, um exemplo de frustra艫o e de oportunidades perdidas. A linguagem decisiva nos comunicados da OTAN ap・ a resolu艫o dos aliados de reagir ?agress・ e cumprir as resolu苺es do Conselho de Seguran・ da ONU encobria s・ias fric苺es na rela艫o transatl・tica que, em alguns momentos, chegou quase ao rompimento de rela苺es.
Adapta艫o da OTAN: a teoria supera a pr・ica.
Outra maneira de interpretar o in・io do envolvimento da OTAN na B・nia ?como uma li艫o objetiva sobre o hiato entre a teoria e a pr・ica. A partir de 1990, com a dissolu艫o do Pacto de Vars・ia e o colapso da Uni・ Sovi・ica, a OTAN - orientada por iniciativas concebidas pelos Estados Unidos - iniciou um ambicioso esfor・ para se reestruturar, com o objetivo de lidar com os desafios do per・do p・-Guerra Fria. Isso inclu・ uma nova estrat・ia que acrescentava o di・ogo, a coopera艫o, o gerenciamento de crises, e a manuten艫o da paz, ?miss・ b・ica da defesa coletiva. Com a cria艫o do NACC [Conselho de Coopera艫o do Atl・tico Norte] (North Atlantic Cooperation Council), a OTAN tamb・ come・u a lastrear as novas democracias da Europa na "comunidade de estabilidade da Alian・." Resumindo, a OTAN agiu com rapidez - teoricamente - para estar pronta para lidar com conflitos locais na Europa, e para criar uma base para a苺es conjuntas entre os pa・es-membros da OTAN e aqueles que n・ fizessem parte da OTAN. Mas com a eclos・ da guerra na Eslov・ia, depois na Cro・ia e, subseq・ntemente na B・nia, os pa・es-membros da OTAN decidiram n・ envolver a Alian・ - sob o ponto de vista militar e nem pol・ico.
Havia muitas raz・s: a Iugosl・ia era considerada "fora da ・ea" e fora das fun苺es b・icas tradicionais da OTAN. A Iugosl・ia era considerada, em ambos os lados do Atl・tico, como um problema europeu, que deveria ser resolvido por institui苺es europ・as. Na verdade os dois lados do Atl・tico subestimaram grandemente o perigo de uma guerra ampliada nos B・c・ e a amea・ que ela representava para a estabilidade na regi・ - e para a Europa inteira.
A ina艫o da OTAN refletia a ambival・cia de muitos membros da Alian・ a respeito do uso, de fato, do poder militar da OTAN em uma atua艫o fora de ・ea, que representava uma n・-conformidade com o Artigo V.1 Isso deu origem ?decis・ - intencional ou por omiss・ - de atribuir ?Comunidade Europ・a (CE) o papel principal no gerenciamento da crise, em conjunto com a Organiza艫o das Na苺es Unidas. Ambas as institui苺es assumiram miss・s imposs・eis: diplomacia da CE sem a for・ para apoi?la, e a tradicional miss・ de manuten艫o da paz/assist・cia humanit・ia da ONU em meio a um intenso conflito.
As contribui苺es da OTAN - o uso do poder a・eo para garantir a observ・cia da zona de exclus・ e o uso de for・s navais para o cumprimento das san苺es no Adri・ico - ajudaram a conter o conflito, mas pouco fizeram para contribuir para uma solu艫o. Embora militarmente eficazes e politicamente significativas como as primeiras miss・s militares reais da OTAN, elas pouco fizeram para desfazer a impress・ de que a OTAN estava falhando no seu primeiro teste de verdade.
Al・ disso, havia uma grave diverg・cia entre as posi苺es americanas e europ・as, tanto a respeito do conflito propriamente dito quanto do m・odo adequado para por um fim ao mesmo. Na vis・ dos Estados Unidos, s?haveria uma resolu艫o do conflito quando fosse usada press・ militar, de fato, contra os s・vios da B・nia, para convenc?los a parar com a agress・. Essa era a base da malfadada iniciativa "lift-and-strike" [ponte a・ea e ataque] do ent・ secret・io de Estado Warren Christopher: n・ impulsionar os mu・lmanos da B・nia para uma vit・ia militar, mas convencer os s・vios da B・nia a aceitar o plano Vance-Owen, proposto pelo ex-secret・io de Estado Cyrus Vance e pelo ex-ministro das Rela苺es Exteriores brit・ico David Owen. O plano da paz previa a divis・ da B・nia-Herzeg・ina em dez cant・s etnicamente distintos, o que impediria o pa・ de se dividir em tr・ estados ・nicos diferentes.
Nos dois anos seguintes, os Estados Unidos fizeram, repetidamente, esfor・s para utilizar o poderio a・eo da OTAN, tanto para minar os esfor・s dos s・vios para sufocar Sarajevo e outras "・eas de seguran・" quanto para proporcionar a alavancagem necess・ia para a busca de um acordo pol・ico. Esses esfor・s foram frustrados pela compreens・el preocupa艫o dos nossos aliados europeus com a seguran・ das suas tropas da UNPROFOR [For・ de Prote艫o da ONU] (UN Protection Force) que estavam na ・ea, e uma obsess・ pela igualdade. Essa foi a base para a inven艫o da "chave dupla", que acabou sendo invi・el quando os s・vios testaram a determina艫o da OTAN em 1993, 1994, e na primavera de 1995.
Como ficou claro que a OTAN s?conseguia dar uns "tapas na m・", em resposta a ataques s・vios a ・eas de seguran・, o Congresso dos Estados Unidos exerceu press・ para que o embargo de armas fosse unilateralmente suspenso, exacerbando ainda mais a tens・ entre os dois lados do Atl・tico. No momento em que a OTAN estava prestes a come・r a se preparar formalmente para se envolver, a credibilidade da Alian・ estava amea・da, e as rela苺es entre os dois lados do Atl・tico estavam em baixa. Ao mesmo tempo, os esfor・s diplom・icos n・ estavam dando resultado algum: os s・vios da B・nia nem ao menos queriam usar o plano do Grupo de Contato como base para discuss・.
O que Saiu Errado?
Muitas li苺es podem ser tiradas desse per・do. Primeiro, houve o erro fundamental de n・ admitir o envolvimento da OTAN no in・io da crise, quando a amea・ do uso da for・ poderia ter impedido o crescimento do conflito e produzido uma solu艫o pol・ica que teria salvo dezenas de milhares de vidas. Al・ disso, a miss・ atribu・a ?Organiza艫o das Na苺es Unidas era imposs・el e incoerente. Embora o Conselho de Seguran・ tenha tratado os s・vios como agressores e autorizado "todos os meios necess・ios" para se opor a essa agress・, as tropas de manuten艫o da paz nunca receberam esses meios, e em vez disso adotaram uma postura de imparcialidade na implementa艫o das resolu苺es da ONU e na entrega de itens de ajuda humanit・ia. Essa incoer・cia foi exacerbada quando os Estados Unidos procuraram empregar a amea・ do poderio a・eo da OTAN - tentando, na verdade, combinar uma miss・ coercitiva dirigida aos s・vios da B・nia com uma posi艫o imparcial e reativa da ONU no solo.
A OTAN Se Reagrupa
A Alian・ s?conseguiu agir de maneira coerente no ver・ de 1995 - quando o presidente Clinton e outros l・eres aliados finalmente resolveram dar um "basta". Na verdade, em junho, quando novas depreda苺es, promovidas pelos s・vios, estavam come・ndo a ocorrer, o presidente Clinton - sobrepujando a recomenda艫o da maioria das autoridades do seu governo em n・el ministerial de "pegar leve" - aprovou uma ambiciosa iniciativa com o objetivo de por um fim ?luta e promover um acordo pol・ico amplo. Essa "estrat・ia de fim de jogo", desenvolvida sob a lideran・ do ent・ assessor de seguran・ nacional Anthony Lake, estava baseada na combina艫o do uso decisivo do poderio militar dos Estados Unidos e da OTAN com um esfor・ diplom・ico agressivo, liderado pelos Estado s Unidos.
Em julho, uma nova onda de seq・stros de elementos das tropas de manuten艫o da paz da ONU pelos s・vios, e os audaciosos ataques dos s・vios contra Sarajevo, Srebrenica, e Zepa, chocaram o mundo e desacreditaram de maneira decisiva a UNPROFOR. Um novo presidente da Fran・, que estava mais decidido a resistir ?agress・ dos s・vios, tomou posse. Como resultado disso, nossos aliados concordaram, na Confer・cia de Londres, em meados de julho, com a proposta americana de acabar com a chave dupla, e, pela primeira vez, amea・r os s・vios com ataques a・eos em grande escala, se eles atacassem ou amea・ssem atacar as ・eas de seguran・. Eles tamb・ deram o seu firme apoio ao novo esfor・ de negocia苺es, sob a lideran・ de Richard Holbrooke, conforme a determina艫o do presidente Clinton.
Quando os s・vios atacaram Sarajevo, a OTAN cumpriu sua amea・, o que resultou n・ no colapso da UNPROFOR como muitos haviam previsto, mas em um cessar-fogo e ?aceita艫o, por parte dos s・vios, do plano do Grupo de Contato, o que preparou o ambiente para Dayton. Uma s・ie de vit・ias militares croatas refor・u o recado, para os s・vios, de que o jogo havia terminado.
Dayton: A艫o da OTAN Resulta no Fim da Guerra...
H?quem diga que trancar os l・eres das fac苺es opostas em uma sala com Holbrooke durante duas semanas em Dayton, Ohio, foi um incentivo pelo menos t・ forte quanto a campanha de ataques a・eos da OTAN. Mas na verdade o que deu certo foi a diplomacia apoiada pela for・ - uma li艫o essencial do conflito. Dayton fez com que a B・nia deixasse de ser um grande problema para ser uma "grande experi・cia", nas palavras de Ejup Ganic, presidente da Federa艫o B・nia. Em Dayton, n・, basicamente, reinventamos a B・nia - redigindo uma nova constitui艫o, estabelecendo mecanismos para fazer valer a regulamenta艫o referente aos direitos humanos, organizando elei苺es, resolvendo disputas de propriedade, fazendo com que refugiados voltassem ・ suas casas, e reformando for・s policiais.
...e a IFOR Garante a Paz
Agora o mundo tem a sua aten艫o voltada para aquelas complexas tarefas civis, mas esse n・ era o caso em novembro de 1995, quando est・amos ansiosos a respeito dos aspectos militares de Dayton, que a OTAN assumiu a responsabilidade de implementar: a manuten艫o da cessa艫o de hostilidades, a separa艫o das for・s armadas, a transfer・cia de territ・io entre as duas entidades, a movimenta艫o de for・s e armamento pesado para locais autorizados, e a cria艫o de um ambiente seguro para que o alto representante Carlos Westendorp e outros pudessem implementar os aspectos civis.
A execu艫o dessas tarefas com sucesso, por parte da IFOR, sem uma ・ica baixa em combate, pode parecer rotina, mas na verdade in・eras horas foram investidas em Washington, Bruxelas, e no quartel-general da OTAN, refinando a estrutura que tornou isso poss・el: os detalhes da miss・, mandato, e estrutura da for・; as rigorosas normas de envolvimento; a unidade de comando e controle; o papel da R・sia e de outros pa・es que n・ fazem parte da OTAN e que enviaram tropas; e as rela苺es com a Organiza艫o das Na苺es Unidas.
Revitalizando a Implementa艫o Civil
Infelizmente, os sucessos na implementa艫o militar nem sempre foram acompanhados pele mesmo sucesso na ・ea civil, em parte por causa dos m・odos inerentemente diferentes envolvidos, mas tamb・ por que a implementa艫o civil levou mais tempo para ser organizada de maneira eficaz e encontrou obst・ulos maiores do que os esperados. Na primavera passada, quando o embaixador Robert Gelbard assumiu a posi艫o at?ent・ ocupada por John Kornblum como o principal representante dos Estados Unidos para a B・nia, o governo dos Estados Unidos fez uma revis・ completa da pol・ica, com o objetivo de revigorar a implementa艫o civil. Revis・s similares foram iniciadas em muitas capitais aliadas. Quando os l・eres da comunidade internacional se reuniram em Sintra, Portugal, em maio do ano passado, eles concordaram com uma estrat・ia de dar um impulso ?implementa艫o civil antes que fosse tarde demais. N・ e os nossos aliados reconhecemos que cumprir a miss・ militar a n・ atribu・a n・ foi o suficiente. Os oponentes tinham que ser pressionados no sentido de implementar o aspecto civil de Dayton por um esfor・ mais agressivo e mais bem coordenado - com o apoio da capacidade da SFOR's [For・ de Estabiliza艫o] (Stabilization Force's).
Agora j?se admite que a SFOR cooperar?ativamente com o Alto Representante e as muitas organiza苺es civis. O objetivo geral ?tirar, dos oponentes de Dayton, os seus instrumentos de autoridade e repress・ - as for・s armadas, a pol・ia, a m・ia, e as suas fontes de financiamento - e ao mesmo tempo garantir a seguran・ p・lica por meio de uma pol・ia local reestruturada, e retreinada, e aumentar a press・ para a pris・ e a rendi艫o dos criminosos de guerra indiciados.
Apoiaremos aqueles que ap・am Dayton, e nos oporemos aos que n・ o fizerem. Ao mesmo tempo, a comunidade internacional tem se concentrado em dar poder ao povo da B・nia por meio de elei苺es democr・icas e de uma m・ia mais independente, e estimulando a recupera艫o da economia.
O Progn・tico ?Otimista:
Ainda h?pessimistas que dizem que a implementa艫o completa de Dayton ?imposs・el. Mas eu e muitos outros que t・ um compromisso com este processo da paz dizemos que eles est・ errados - sob o ponto de vista moral, sob o ponto de vista hist・ico, e em termos dos eventos que aconteceram e est・ acontecendo no local. A obten艫o de uma paz auto-sustentada e da democracia na B・nia ?uma realidade. O objetivo est?sendo alcan・do rapidamente. Digo isso ap・ fazer a minha primeira visita ?B・nia em mais de um ano, em meados de mar・. O apoio ativo da SFOR ?implementa艫o civil desde Sintra, mais uma vez provou at?que ponto a for・, quando colocada a servi・ da diplomacia, pode ser eficaz.. Come・u a surgir o esbo・ de uma sociedade est・el e pac・ica.
O cessar-fogo se mant・ h?dois anos e meio. Os ex・citos foram separados e quase 400.000 soldados foram desmobilizados. As for・s recuaram at?as linhas que haviam sido objeto do acordo, e as armas e unidades permanecem nas bases militares. Mais de 6.600 armas pesadas foram destru・as na regi・, 4.300 na B・nia. A SFOR tirou o status de for・ pol・ica do ex・cito e conseguiu at?supervisionar a pol・ia especial.
A reforma policial est?em andamento e a seguran・ p・lica est?melhorando. Espera-se que essa reforma da pol・ia resulte em um retorno de quantidades maiores de refugiados - elementos de minorias raciais - e pessoas deslocadas. Em 1997, 110.000 refugiados e 60.000 pessoas deslocadas voltaram aos seus lares, o que elevou o total de pessoas que retornaram a 400.000.
A liberdade de movimento foi restaurada em grande parte da federa艫o e em partes da Republika Srpska (RS). A liga艫o do Ir?com as opera苺es militares e de intelig・cia da B・nia foi rompida.
Elei苺es bem sucedidas est・ introduzindo o pluralismo pol・ico, passo a passo, em toda a B・nia. O apoio da SFOR foi crucial para que as elei苺es fossem realizadas e para que os resultados fossem implementados. A utiliza艫o de um novo governo moderado da Republika Srpska foi um dram・ico divisor de ・uas e indica que o povo da RS j?est?farto das pol・icas extremistas do regime de Pale.
Exercemos press・ sobre a Cro・ia para que ela removesse os l・eres B・nios-Croatas de linha dura em Mostar, e convencemos a lideran・ de Bosniak a prender os extremistas mu・lmanos respons・eis por violentos ataques na Federa艫o. Vinte e cinco criminosos de guerra indiciados foram presos, mais da metade deles nos ・timos oito meses. A pol・ica mais agressiva da SFOR, no que se refere ・ pris・s, pode ter ajudado a estimular um padr・ emergente de rendi苺es volunt・ias - uma tend・cia que estimulamos enquanto mantemos a postura rigorosa da SFOR.
A m・ia controlada pelo estado est?sendo reestruturada e a m・ia independente est?sendo fortalecida. As esta苺es de r・io e TV da RS voltaram a funcionar, tendo como base o livre acesso. Em dezembro passado, as principais autoridades internacionais - com o consentimento dos oponentes - deram ao alto representante Westendorp a autoridade para tomar decis・s legais provis・ias a respeito das quest・s nas quais os oponentes n・ conseguirem chegar a um acordo. Isso elimina a possibilidade que qualquer uma das partes envolvidas teria de impedir o progresso. Essa decis・ contribuiu para que houvesse um grande progresso nos componentes simbolicamente importantes de um ・ico estado funcional: uma nova - e ・ica - bandeira, moeda, lei de cidadania, e placas de carros iguais para todo o pa・. As autoridades locais j?n・ v・ mais poder assediar visitantes de outras ・eas simplesmente tendo com base o lugar de onde eles v・.
Prioridades para 1998
Para que a paz se estabele・ plenamente e para que o processo de retorno dos refugiados continue, ?preciso que o povo da B・nia tenha a perspectiva de uma vida material melhor. Nesse ponto, tem havido muito progresso, especialmente na Federa艫o, que no ano passado teve a economia que mais crescia no mundo (apesar de ter come・do em uma base baixa). Fazer com que os l・eres b・nios dirijam suas aten苺es para essa tarefa, e ajudar o novo governo da RS a entrar no ritmo ser?um grande desafio para 1998.
Um evento importante em 1998 ser?a realiza艫o das elei苺es, em ・bito nacional, em setembro - as primeiras elei苺es de verdade do p・-guerra, representando uma chance importante para que o povo da B・nia assuma o controle do seu futuro, substituindo a velha lideran・. Ser?essencial para a nossa estrat・ia ver o grupo de Karadzic e outros oponentes de Dayton perder os resqu・ios de poder que ainda possuem.
Mas conseguir um progresso significativo no que se refere ao retorno dos refugiados pertencentes ・ minorias ser?a tarefa mais dif・il que atribu・os a n・ mesmos, no nosso esfor・ para inverter os resultados da limpeza ・nica da guerra e para nos opormos ・ divis・s ・nicas que a guerra ocasionou. Nesse ponto tamb・, estamos vendo sinais de esperan・: o novo governo da RS sob a lideran・ do primeiro-ministro Dodik j?expressou a sua disposi艫o de apoiar o retorno das etnias aos seus lugares de origem, invertendo as posi苺es, foi adotado um programa para possibilitar a volta de um n・ero significativo de s・vios e croatas a Sarajevo, e uma abordagem coordenada, envolvendo v・ias organiza苺es, procura criar as condi苺es econ・icas e de seguran・ que fa・m com que os regressos sejam vi・eis. Outras prioridades incluem a implementa艫o completa dos resultados das elei苺es municipais de 1997; medidas mais amplas para combater a corrup艫o, o contrabando, e o crime organizado; a reintegra艫o da infra-estrutura econ・ica; e reformas mais r・idas da economia de mercado.
Apoio da SFOR: a Cave do Sucesso
Em grande parte, o sucesso que tivemos no segundo semestre de 1997 se deve ?estreita coopera艫o entre a SFOR e as organiza苺es de implementa艫o civil. Em todas as ・eas que eu descrevi - reforma da m・ia, reforma da pol・ia, elei苺es, retorno dos refugiados - o apoio, por parte da SFOR, do esfor・ geral de implementa艫o foi essencial para que se obtivesse sucesso. Finalmente chegamos ?f・mula correta para a implementa艫o de Dayton - vigorosos esfor・s para a implementa艫o civil liderados por um alto representante forte, coordenados com e apoiados por uma presen・ militar internacional. Foi nesse cen・io que a Alian・ tomou a decis・, em fevereiro, de apoiar uma continua艫o da abordagem atual da SFOR quando o atual mandato expirar no final de junho. O objetivo da nova for・ ser?consolidar os ganhos obtidos at?o momento, e ao mesmo tempo manter o ritmo atual da implementa艫o civil. O n・ero de pessoas que comp・m a for・ continuar?a ser mais ou menos o mesmo at?o final de 1998, com a esperan・ de que ap・ as elei苺es de setembro, as condi苺es tenham melhorado o suficiente para permitir uma retirada gradual da for・, a partir do in・io de 1999. Deliberadamente n・ especificamos um prazo para o t・mino da miss・ da for・ que dar?continuidade ao trabalho. Nossas condi苺es de reduzir, e no final, de retirar por completo a for・, ser・ determinadas em rela艫o a "metas de progresso" no que se refere ao espectro das disposi苺es militares e civis de Dayton.
Um grande desafio ser?ajudar os nossos p・licos e parlamentos a compreender que o estado final desejado ?algo que podemos definir, em termos gerais, mas que dever?requer julgamento para determinar quando o objetivo foi alcan・do. Fizemos muitas coisas na B・nia das quais devemos nos orgulhar. Agora precisamos terminar o trabalho e dar a primeira arrancada rumo ao sucesso completo. Se ficar mais um pouco agora, podemos ter certeza de que quando retiramos as nossas tropas da B・nia, elas n・ precisar・ voltar.
Li苺es futuras para a OTAN
O significado da IFOR [For・ de Implementa艫o] (Implementation Force) e da SFOR para a Alian・ vai muito al・ da B・nia ou dos B・c・. Ao trazer a paz ?regi・, n・ tamb・ revigoramos a Alian・ e ajudamos a definir o seu papel no futuro. O sucesso da OTAN na implementa艫o de Dayton demonstra que, finalmente, para a OTAN, a pr・ica est??altura da teoria - e, sob alguns aspectos, est??frente dela. O epis・io demonstrou aos inimigos da nova Europa, especialmente os nacionalistas extremistas, que a OTAN pode lhes negar os benef・ios da agress・ e gerenciar tais conflitos. A IFOR e a SFOR mostraram o valor da estrutura militar integrada da OTAN como uma base para o planejamento e execu艫o de todas as miss・s da OTAN, incluindo aquelas que fogem ao escopo do Artigo V.
Elas foram demonstra苺es reais do conceito de CJTF [For・-Tarefa Conjunta Combinada] (Combined Joint Task Force), embora a iniciativa de CJTF ainda estrja na fase de implementa艫o. Elas criaram um modelo para a participa艫o da Fran・ nas opera苺es militares da OTAN que, esperamos que ajude a preparar as condi苺es para uma integra艫o total das for・s desse pa・ ?estrutura militar.
A B・nia provou a sabedoria das iniciativas da OTAN de se preparar para a amplia艫o e de travar contato com todos os seus antigos advers・ios em coopera艫o militar concreta por meio da Parceria Para a Paz. A IFOR e a SFOR deram aos convidados a participar da OTAN, aos que est・ em fase de admiss・, e a outros parceiros, a oportunidade de servir sob o comando da OTAN, de adquirir experi・cia, e aumentar a interoperabilidade com as for・s aliadas. Em termos pol・icos, a situa艫o demonstra que os parceiros que est・ no processo de admiss・ est・ prontos para compartilhar as responsabilidades de serem membros da OTAN, assim como est・ prontos para aproveitar os benef・ios.
A atua艫o da R・sia com a IFOR e a SFOR sob o comando nacional dos Estados Unidos ajudou a dissipar o mito segundo o qual os interesses da R・sia e da OTAN s・ completamente divergentes, preparando o ambiente para o Documento de Implementa艫o da OTAN-R・sia. A OTAN estabeleceu um padr・ de consultas regulares, contatos e coopera艫o com a Organiza艫o das Na苺es Unidas e a OSCE [Organiza艫o para a Seguran・ e Coopera艫o na Europa](Organization for Security and Cooperation in Europe) que mudou, para melhor, essas rela苺es institucionais.
A liga艫o entre os dois lados do Atl・tico ficou mais forte do que nunca depois do desafio da B・nia, e as opera苺es da OTAN t・ sido uma demonstra艫o bem clara do que ?"divis・ de responsabilidades" no verdadeiro sentido da palavra. Al・ disso, ambos os lados do Atl・tico est・ determinados a n・ comprometer essa liga艫o permitindo que as suas pol・icas de seguran・ entrem em um descompasso t・ grande novamente.
A Alian・ aperfei・ou o seu foco de "alerta antecipado" ap・ a trag・ia da B・nia, para evitar que o caso se repita - uma prova disso s・ as delibera苺es da Alian・ sobre as maneiras de se evitar que a crise em Kosovo se alastre. A Alian・ iniciou uma revis・ do Conceito Estrat・ico, a ser revelada no C・ula de Washington em 1999. Essas li苺es, e outras facetas da nossa experi・cia ter・ ramifica苺es significativas ?medida que rescrevemos a teoria da OTAN para que essa acompanhe - e para que talvez fique um pouco ?frente - da pr・ica da OTAN.
Ap・ o fim da Guerra Fria, um artigo muito conhecido definiu a quest・-chave para a Alian・ como "fora da ・ea ou desativada". A miss・ da OTAN na B・nia deu uma forte resposta factual a essa quest・ - a OTAN n・ est?desativada. Mas na verdade a pergunta, enquanto revemos o Conceito Estrat・ico ? De que forma os aliados da OTAN podem usar a estrutura que criaram e mantiveram para a sua defesa coletiva para promover a defesa dos seus interesses de seguran・ de uma maneira mais ampla?
A B・nia estava "fora da ・ea" no sentido mais literal, mas n・ estava de jeito nenhum "fora do alcance". Amea・s ?seguran・ dos membros da Alian・ s・, explicitamente, um assunto para consulta, em conformidade com o Tratado de Washington de 1949, sem nenhum limite geogr・ico especificado. No contexto estrat・ico atual, os riscos para a Alian・ podem vir de uma variedade de dire苺es e podem tomar muitas formas diferentes. Temos que nos preparar para todos eles como os nossos recursos permitirem.
N・ poderemos decidir, por antecipa艫o, como intervir na pr・ima B・nia; n・ ?assim que o mundo funciona. A li艫o geral que devemos aprender a partir da experi・cia na B・nia ?que precisamos ter a capacidade militar e que a nossa estrutura pol・ica e op苺es devem permanecer abertas, para que a OTAN possa agir onde possamos encontrar a vontade comum.
Gra・s ?B・nia, a vitalidade e a utilidade da OTAN ficaram ・vias para todos. Cabe a n・ explorar com sabedoria as li苺es da B・nia para manter o nosso ・peto e dar forma ao nosso futuro, como um grupo, tamb・ com sabedoria.
Agenda de Pol・ica Externa dos EUA
Revista Eletr・ica da USIA
Vol. 3, N?2, Abril de 1998